Hoje é o dia! Hilary Marlow, do Instituto Faraday para Ciência e Religião, da Universidade de Cambridge, vem à PUCPR para uma conferência, às 19 horas. Ela também participou do curso Faraday-Kuyper, que ocorreu na semana passada, em São Paulo. E respondeu, por e-mail, a algumas perguntinhas rápidas do blog.
Qual a sua avaliação sobre o evento de São Paulo?
O curso que terminou no domingo foi uma experiência estimulante e agradável. Tivemos cerca de 80 participantes das mais diversas áreas, ciências naturais, engenharia, medicina, ciências sociais, humanidades… e o debate foi intenso. Fiquei especialmente surpresa ao ver que a maioria dos participantes tinha menos de 35 anos. Não é o que costuma acontecer nos seminários que promovemos no Reino Unido.
Há outras diferenças, seja em relação ao evento em si, ou ao diálogo entre ciência e fé no mundo anglo-saxônico e no Brasil?
Em muitos aspectos o curso me lembrou dos eventos que organizamos no Reino Unido, com pessoas de muitas tradições religiosas (a maioria, no entanto, cristã) e profissões querendo aprender, entender e discutir o tema. A grande diferença foi mesmo o idioma, e os brasileiros são muito animados quando começam a falar todos juntos! Para muitos, essa foi a primeira vez que eles depararam com vários dos temas que tratamos, e tiveram a chance de falar disso em um ambiente aberto e ponderado. Mas ainda me parece que esse diálogo, no Brasil, está apenas começando.
Qual a sua opinião sobre a repentina mudança de local do curso, com a USP alegando que sediar o curso violaria o princípio da laicidade do Estado?
Foi lamentável, mas talvez não surpreendente que a USP tenha decidido não receber o curso. Mas o Mackenzie cuidou muito bem de nós, foi um local incrível.
A julgar pelo que aconteceu até agora, qual a chance de termos novos eventos do Faraday no Brasil?
Nós recebemos muitos pedidos de vários países, então é complicado dizer se e quando teremos outros cursos aqui no futuro. Mas eu tenho gostado muito de fazer parte desse grupo do Faraday que veio até o Brasil, e adoraria ter a chance de retornar ao seu maravilhoso país.
E um videozinho
Denis Alexander, que também veio para São Paulo, gravou um curto vídeo sobre a compatibilidade entre evolução e fé:
Inscrições encerradas, mas pode rolar um jeitinho
O número de inscritos para a palestra de Hilary Marlow já superou a capacidade do auditório da PUCPR, mas quem topar ficar em pé lá no fundão e entender bem inglês a ponto de não precisar de aparelhos de tradução simultânea pode arriscar aparecer lá na hora. É a boa e velha epiqueia aristotélica (o nome elegante do jeitinho brasileiro) em ação.
Mas, caso o overbooking seja realmente grave e nem todo mundo possa assistir à palestra, o Instituto Ciência e Fé da universidade já avisou que pelo menos o áudio da palestra estará disponível posteriormente. Quanto ao vídeo, é uma possibilidade que depende mais de questões contratuais que técnicas, pelo que apurei.
(Aviso: o Instituto Faraday, citado neste post, deu ao blogueiro uma bolsa para participar de um curso na Universidade de Cambridge, em 2011)
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