No dia 4 de fevereiro, o fundador e líder do grupo criacionista Answers in Genesis, Ken Ham, estará em um debate com Bill Nye, conhecido como “the Science Guy” e apresentador de programas de televisão nos Estados Unidos. O evento ocorrerá no Museu da Criação, no estado norte-americano do Kentucky. Eles discutirão se a criação é um modelo viável para explicar a origem (do universo, do homem e de tudo o mais, suponho).
O debate foi anunciado no começo deste mês, e ainda causa certa perplexidade, especialmente nos meios ateístas. Já em 2012 Ham havia chamado Nye para um debate, depois que este publicou um vídeo dizendo que o criacionismo não fazia bem às crianças:
Por que Nye só resolveu debater agora eu não sei. Mas o evento está dando o que falar nos Estados Unidos, um país onde a controvérsia sobre criação e evolução é motivo de polarização.
No entanto, há um medo de que o debate acabe reforçando a noção de que é preciso escolher entre a ciência e a fé, de que só há duas opções: ser um religioso antievolucionista ou ser um evolucionista ateu (como é o caso de Bill Nye, embora eu não tenha encontrado citações dele negando a possibilidade de defender a evolução e ao mesmo tempo ser uma pessoa religiosa). A presidente da Fundação BioLogos, Deborah Haarsma, manifestou essa preocupação em uma carta publicada no blog da entidade. Deborah diz que provavelmente concordará com o que Nye disser sobre as evidências a respeito da evolução. Mas não pode deixar de lembrar que compartilha da mesma fé cristã de Ham.
“Debates como esse perpetuam o erro segundo o qual se tem duas escolhas: uma visão ateísta da ciência evolucionária, ou uma interpretação bíblica de Terra jovem. Gostaríamos que a audiência pudesse ouvir sobre um outro caminho, um caminho melhor. Ajude-nos a espalhar a ideia de que ciência de ponta e a fé bíblica podem andar de mãos dadas”, pede Deborah ao fim de seu texto. Nós estamos fazendo a nossa parte.
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