Saiu o vencedor da edição 2022 do Prêmio Templeton, que no passado já homenageou alguns nomes importantes do diálogo entre ciência e fé, como Stanley Jaki, Paul Davies, Ian Barbour, John Polkinghorne, Francisco Ayala, Francis Collins e, claro, o nosso Marcelo Gleiser. Desta vez, o escolhido foi o físico Frank Wilczek, vencedor do Nobel em 2004 e professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Wilczek é especialmente conhecido por seu trabalho com a matéria escura e na compreensão da força nuclear forte, uma das quatro forças fundamentais do universo (as outras três são a nuclear fraca, a gravitacional e a eletromagnética).
Mas, além de um cientista genial em seu campo, Wilczek também tem um trabalho de popularização da ciência, com vários livros escritos para o público leigo, e demonstra um pendor para aliar seu trabalho científico àquilo que a Fundação John Templeton chama de “grandes questões”. Wilczek “é uma dessas pessoas raras e maravilhosas que unem um intelecto agudo e criativo e uma apreciação pela beleza transcendente. Como Isaac Newton e Albert Einstein, ele é um filósofo natural que une a curiosidade sobre o funcionamento da natureza com uma mente filosófica lúdica e profunda”, nas palavras da presidente da fundação, Heather Templeton Dill. “Em seu trabalho, ele mostra uma visão do universo como incorporando a beleza matemática tanto no que tem de magnificamente grande quanto inimaginavelmente pequeno: um universo inerentemente belo em todas as suas partes”, continua o comunicado da Fundação Templeton, que destaca algumas frases de Wilczek:
“Ao estudar como o mundo funciona, estamos estudando como Deus funciona, e assim aprendendo sobre o que Deus é. Nessa linha, podemos interpretar a busca por conhecimento como um ato de culto, e nossas descobertas como revelações.”
Frank Wilczek, em seu livro Fundamentals.
“O milagre central da física, para mim, é o fato de que, ao jogar com equações, desenhar diagramas, fazer cálculos e trabalhar com o mundo dos conceitos e manipulações mentais, você está realmente descrevendo o mundo real. Se você estivesse tentando entender o que Deus é ao entender a obra de Deus, é exatamente isso.”
Frank Wilczek, em video gravado para a Fundação John Templeton.
A ideia de entender o mundo, pela ciência, como forma de entender “a mente de Deus” tem séculos de história e moveu gênios como Johannes Kepler, Galileu Galilei e Isaac Newton. Isso faz de Wilczek, ainda que ele não tenha nenhuma afiliação religiosa formal, um “cientista das antigas”, que não se tranca em sua área específica de conhecimento e busca entender o que suas descobertas significam em uma compreensão mais ampla do universo. É alguém movido pela penúltima, mas também pela última curiosidade, para ficarmos na expressão do sensacional livro de Andrew Briggs e Roger Wagner. Uma escolha bastante feliz da parte dos responsáveis pelo prêmio, que será entregue em uma data ainda não definida, no outono norte-americano, primavera no Brasil.
Vaccari, Duque e Cabral estão na fila do STF para se livrar de condenações
Pragmatismo não deve salvar Lula dos problemas que terá com Trump na Casa Branca
EUA derrotam progressistas e mandam alerta para Lula e o PT
Bolsonaro atribui 8/1 à esquerda e põe STF no fim da fila dos poderes; acompanhe o Sem Rodeios
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS