O padre Georges Lemaître, pioneiro da teoria do Big Bang, foi estudante nas universidades de Cambridge, Harvard e MIT, e professor na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. (Foto: Reprodução)| Foto:

Durante as minhas férias, comemorou-se o aniversário de nascimento, em 17 de julho, do padre belga Georges Lemaître, pioneiro da teoria do Big Bang. E, em 2017, comemoramos os 90 anos da publicação, nos Anais da Sociedade Científica de Bruxelas, do artigo em que o sacerdote e físico defendeu a tese segundo a qual o universo estava em expansão. A repercussão foi pequena porque a publicação tinha pouca leitura fora da Bélgica; o texto, originalmente escrito em francês, só foi traduzido para o inglês em 1931, quando Edwin Hubble já estava levando boa parte do crédito por ter publicado estudo semelhante em 1929.

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O St. Edmund’s College, da Universidade de Cambridge, lembrou a data publicando um artigo que resume a biografia de Lemaître, especialmente os dias em que passou como estudante de pós-graduação na universidade. Na época, o St. Edmund’s ainda não era um college, e sim uma casa que acolhia católicos, incluindo padres, que estudassem na universidade (Cambridge só passou a admitir católicos como alunos em 1873). Lemaître se estabeceu no St. Edmund’s apenas dez dias depois de sua ordenação sacerdotal, em 1923, e trabalhou com Arthur Eddington, um dos grandes astrofísicos de seu tempo. Em 1924 o padre deixou a Cambridge britânica e se mudou para a Cambridge norte-americana, para estudar em Harvard e no MIT, retornando à Bélgica em 1925, não mais como aluno e sim como professor na Universidade Católica de Louvain.

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A ligação entre Lemaître e o St. Edmund’s College ficou esquecida por muitos anos; coube a Simon Mitton, que chegou a Cambridge em 1968 como doutorando, mas apenas muitas décadas depois descobriu que o padre belga havia estudado no St. Edmund’s, o mérito de divulgar e brigar pelo reconhecimento desse famoso ex-aluno, hoje homenageado pelo college com um prêmio que leva seu nome e uma placa comemorativa na capela do St. Edmund’s, que, de todas as capelas dos colleges de Cambridge, é a única católica.

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