Réplica em PVC de feto na 12ª semana de gestação foi distribuída aos participantes da JMJ (Foto: Marcio Antonio Campos/Gazeta do Povo)| Foto:

Faz uns dias, contei sobre a palestra que fiz a um grupo de poloneses que estava em Curitiba para a Semana Missionária, os dias que antecedem a programação unificada da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Estive no Rio, no fim de semana passado, como um peregrino no meio de tantos outros milhões, para saudar e ouvir o papa Francisco. Uma experiência impressionante! E que também teve alguns detalhes que merecem citação no blog. Hoje falaremos sobre o primeiro deles.

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Meses atrás, três jovens de um grupo pró-vida tiveram a ideia de distribuir, para cada peregrino inscrito na Jornada, uma réplica em PVC, em tamanho real, de um feto na 12ª semana de gestação. É algo que já havia sido feito na Espanha, depois que a ex-ministra da Igualdade, Bibiana Aído, disse que um feto de 13 semanas era um ser vivo, mas não um ser humano. A réplica do feto ficou conhecida como “Bebé-Aído”. “A questão das 12 semanas foi mais porque queríamos levar algo de concreto, palpável para os jovens, de forma a incentivá-los na defesa e promoção da vida humana. E a réplica com essa idade atende bem, pois dá para tocar, observar, passar de mão em mão”, conta um dos organizadores, que prefere não se identificar para, em suas palavras, “não levarmos sozinhos o crédito por algo com que tantas pessoas, leigos e clero, colaboraram”. Os idealizadores não mencionaram esse fator, mas pelo menos no Brasil a escolha do marco de 12 semanas também é importante porque, segundo uma proposta de reforma do Código Penal em tramitação no Senado, o aborto acabaria praticamente liberado no Brasil exatamente a partir desse limiar.

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Assim, eles lançaram uma campanha para arrecadar os fundos que permitissem a confecção das réplicas em número suficiente, isso quando se esperava mais de 1 milhão de peregrinos inscritos. Um dos bispos membros da organização da JMJ, dom Antônio Augusto Dias Duarte, deu seu endosso à campanha, que contou com o apoio de vários outros grupos pró-vida e dioceses do país inteiro. No fim, como soubemos ontem na coletiva do arcebispo do Rio, os peregrinos inscritos foram 427 mil. Mesmo assim, infelizmente a campanha não arrecadou o suficiente para incluir um bebezinho em cada mochila de peregrino, junto com o resto do kit oficial da Jornada. A “tiragem” final ficou em torno de 190 mil exemplares. E, sem a possibilidade de já incluir as réplicas nas mochilas, a entrega foi feita no “mano a mano” nas mais diversas ocasiões: o show Vida in Concert, a Feira Vocacional, algumas sessões de catequese, na Igreja Matriz, em estações do metrô, e nos grandes eventos com o papa Francisco em Copacabana. “O legal disso é que contamos com pessoas de diferentes movimentos e grupos da Igreja que não necessariamente estavam diretamente ligados a nós, mas que por amor a Cristo e à vida humana aderiram e colaboraram”, conta o organizador. Minha esposa e alguns amigos, por exemplo, ajudaram na distribuição na manhã de domingo, antes da Missa de Envio (e digo isso com o maior orgulho!).

“As reações foram espetaculares. Ouvimos até frases do tipo ‘foi a melhor coisa que distribuíram na JMJ’, ‘Good job!’. Muitos confirmavam sua intenção pró-vida e seu compromisso de divulgar as informações e utilizar bastante a réplica em suas cidades e países. Já durante a Jornada vimos os próprios jovens explicando a réplica para seus amigos, usando as informações do folder”, conta o organizador. “Era interessante quando dizíamos para a pessoa que recebia: ‘você era assim com 12 semanas na barriga da sua mãe’, e muitos respondiam, surpresos, ‘sério???'” Os responsáveis pela campanha conseguiram inclusive fazer chegar alguns bebezinhos ao papa Francisco. “Uma dessas entregas a ele chegou a ser registrada, e sabemos que ele comentou: ‘estamos juntos nessa!'”, diz o meu entrevistado.

Reparem que o responsável falou num folder. Pois bem, junto com a réplica do feto havia um folder trilíngue (português, inglês e espanhol). De um lado, a : citações bíblicas, da Madre Teresa de Calcutá e dos papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco. Do outro, a ciência: uma descrição do desenvolvimento fetal até as 12 semanas de gestação. “O folder foi muito bem querido por nós, para auxiliar a réplica, pois sabíamos da possibilidade da dúvida sobre a fidelidade da réplica ao retratar o desenvolvimento do ser humano. O folder, com as várias citações científicas, ampara a réplica e lhe garante ainda mais valor. Cada citação foi cuidadosamente escolhida (pena que o espaço era pouco) e teve seu autor identificado, só cientistas sérios. Queríamos que os jovens pudessem conferir as informações nas bibliotecas de suas cidades e universidades. E, se eles fizerem isso, se sentirão ainda mais seguros para defender a vida humana desde a fecundação”, conta o organizador. As citações são de Embriologia Clínica, de Moore e Persaud; Ultrassonografia em Ginecologia e Obstetrícia, de Pastore e Cerri; Medicina Fetal, de Zugaib; e A vida secreta do bebê, de Campbell. Ainda há dois QR codes, um de cada lado: o primeiro leva a um vídeo da Madre Teresa discursando ao receber o Nobel da Paz em 1979, e falando sobre o aborto; o segundo aponta para filmagens e fotografias de várias fases do desenvolvimento humano, incluindo um vídeo com um coração humano batendo com 4 semanas e meia de vida. Vejam aí, frente e verso (se você clicar na imagem, conseguirá ver no tamanho original, maior do que aparece no blog):

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Em resumo, foi uma bela ação de cooperação entre ciência e religião na defesa da vida humana. Numa próxima oportunidade comentarei um material que, esse sim, chegou a todos os peregrinos da JMJ.

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