Na revista Science da semana passada, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley estimou que 23% das estrelas semelhantes ao Sol tenham planetas com características semelhantes à Terra e que, por isso, poderiam abrigar vida (um resumo aqui, para quem tem cadastro gratuito no site; o paper completo é só para acesso pago). Depois de uma informação dessas, a pergunta é inevitável: e se não estivermos sozinhos? E, na sequência, a dúvida é: se acharmos vida inteligente em outros planetas, como isso afeta as religiões?
No Independent britânico, David Whitehouse tentou responder pelo menos parte da segunda questão. Segundo o articulista, Hinduísmo, Budismo e Islamismo devem lidar bem com essa possível descoberta. O problema, diz ele, é o Cristianismo. “Na teologia cristã a humanidade e a Terra são privilegiados. Cristãos têm um Deus pessoal e um relacionamento pessoal com Jesus. Eles acreditam que, na imensidão do espaço e do tempo, Deus, o criador de tudo, separou os humanos para que fossem salvos e enviou Seu Filho para nos redimir. A questão, então, é: Deus fez o mesmo pelos alienígenas? As opiniões se dividem”, escreve Whitehouse.
O artigo menciona dois astrônomos católicos, o padre José Funes e Guy Consolmagno, e suas opiniões sobre o “irmão alien”. Não fala de C.S. Lewis, que imaginou, em Perelandra, um casal alienígena que não tinha cometido pecado algum (e, assim, não precisaria de redenção). Inclusive o padre Funes considera essa hipótese, de que seria possível uma civilização extraterrestre ter um relacionamento com Deus que não exigisse uma encarnação do Filho. Não sei até que ponto esse tipo de especulação significa colocar o carro na frente dos bois. Mas é um exercício teológico interessante, com certeza. Quem se habilita?
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Semana que vem estarei fazendo um curso em São Paulo, então as atualizações dependerão principalmente de eu ter algum tempo livre. Espero poder publicar pelo menos um post.
O Tubo de Ensaio se classificou para a segunda fase do prêmio Top Blog, na categoria “Religião”. Nesta nova etapa, a votação popular recomeça do zero. Continuo contando com o voto de vocês!
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