O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis foi nomeado ontem pelo Papa membro da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. Se não me engano, desde a morte de Crodowaldo Pavan não havia um representante brasileiro na instituição. O Rogério Galindo, nosso multiblogueiro da Gazeta, é um grande fã do trabalho de Nicolelis, que eu também considero excepcional. Entre outras coisas, ele está desmistificando a ideia de que o cérebro é totalmente compartimentado, com cada área sendo responsável por uma função. Ele e sua equipe já perceberam que, em casos extremos, outras áreas do cérebro assumem a função de partes danificadas. Na área científica, Nicolelis é o brasileiro mais próximo de ganhar um Nobel. Ele é professor da Duke University, e também comanda o Instituto Internacional de Neurociências de Natal.
Infelizmente não achei nenhuma declaração do próprio Nicolelis sobre sua nomeação, mas duvido que tenha sido algo feito à revelia. A blogosfera católica, no entanto, andou mostrando certa perplexidade, já que Nicolelis defende o direito ao aborto e ao casamento gay. Ora, ele está sendo chamado para assessorar o Papa em assuntos de ciência (e especificamente de neurociência), e não de moral. Sabemos muito bem que ser católico, ou cristão, não é requisito para fazer parte da Academia; aqui no blog, por exemplo, já falamos muitas vezes sobre Stephen Hawking, que não acredita em Deus e faz parte da Academia. Vejam aqui o que Nicolelis pensa sobre Deus (começa no minuto 4:18):
Aproveito a ocasião para, nesta volta ao trabalho, desejar um feliz 2011 a todos os leitores!
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