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Sei que hoje vai ser difícil qualquer coisa concorrer em destaque com aquele outro assunto (aliás, eu achei que falta criatividade no meio-campo), mas vamos lá.

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Enquanto eu estava preparando material sobre o Sudário, no fim da semana passada, acabei sem chance de comentar um texto breve de Truitt Wiensz sobre nossa responsabilidade, como cristãos, diante das mudanças climáticas. Em “Stewards of God’s (Changing?) World”, ele aponta que existe uma tendência, entre os cristãos, de adotar um certo ceticismo diante do discurso sobre o aquecimento global. Confesso que já vi muito disso em listas e comunidades católicas também. Eu mesmo, embora reconheça que o clima está mudando (por mim, eu preferiria um congelamento global), não estou 100% convencido de que a responsabilidade por isso é toda nossa. E, convenhamos, o climategate não ajuda a convencer o povo de que precisamos nos comportar melhor do ponto de vista ambiental.

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Mas por que há tanto ceticismo entre os cristãos a respeito das mudanças climáticas? Não posso responder pelos protestantes e ortodoxos, mas, como católico, lanço uma hipótese. Boa parte do alarme mundial em torno do clima é patrocinado pelas Nações Unidas, que têm um histórico de promoção do desrespeito a muitos princípios da doutrina católica, como vimos especialmente nas conferências do Cairo e de Pequim, sobre a população e sobre a mulher respectivamente, realizadas na década de 90. Não me surpreende que um católico tenha o pé atrás com tudo que venha da ONU. O fato de haver, sim, interesses políticos de todos os lados no debate climático (e isso é reconhecido também por Wiensz) também ajuda a criar desconfiança.

Mas, ainda que tudo seja um grande golpe com sei lá que finalidades escusas, qual a responsabilidade dos cristãos diante do meio ambiente? Wiensz acredita que terá de responder, um dia, pelo bem ou pelo mal que tenha feito à criação. E não acho que ele esteja errado, já que o relato do Gênesis diz, no capítulo 2, que “O Senhor Deus tomou o homem e colocou-o no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo“, e não para usá-lo irresponsavelmente. Bento XVI escreveu a mensagem do Dia Mundial da Paz de 2010 com o tema “Se queres cultivar a paz, preserva a criação”, que eu até comentei aqui no ano passado. No texto, o Papa lembra que a crise ambiental também é uma crise moral, ou seja, é consequência de escolhas ruins feitas por uma série de pessoas (falando em escolhas, recomendo o artigo do Theodore Dalrymple na Dicta&Contradicta 4).

Diante disso, afirmam tanto Wiensz quanto o Papa, faz parte de nossas obrigações, como cristãos, cuidar do meio ambiente. Como a virtude está no meio, a nossa atitude deve se pautar pela moderação: sem os exageros ecochatos, mas sem alegar a superioridade ontológica do homem sobre as demais criaturas para defender um vale-tudo ambiental. Aliás, eu já mencionei aqui uma acusação infundada que joga no Cristianismo a culpa pela degradação do planeta, mas tinha deixado escapar uma resposta genial de Bento XVI a essa sandice: Na encíclica Caritas in veritate, pus em realce que o desenvolvimento humano integral está intimamente ligado com os deveres que nascem da relação do homem com o ambiente natural, considerado como uma dádiva de Deus para todos, cuja utilização comporta uma responsabilidade comum para com a humanidade inteira, especialmente os pobres e as gerações futuras. Assinalei também que corre o risco de atenuar-se, nas consciências, a noção da responsabilidade, quando a natureza e sobretudo o ser humano são considerados simplesmente como fruto do acaso ou do determinismo evolutivo. Ver a natureza como criação de Deus, em vez de levar o cristão a usá-la como bem entende, deve estimular em nós o senso de respeito e proteção.

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No Twitter não tem só ira popular contra o Dunga, também tem Tubo de Ensaio!

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