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Depois de uma semana imerso em um curso de Economia para jornalistas, voltei com direito a plantão de fim de semana e feriado. Já liberei diversos comentários que ficaram represados desde segunda-feira passada, então vocês provavelmente vão querer verificar os posts nos quais escreveram algo, para dar continuidade às discussões.

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Ao longo da semana, guardei algumas coisas para comentar, e uma delas foi um artigo da Religion Dispatches em que Paul Wallace descreve uma palestra com o Dalai Lama. O evento foi promovido pela Universidade Emory, de Atlanta, que tem um programa dedicado ao ensino de ciências entre monges tibetanos exilados na Índia.

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Wallace explica que o Budismo tem uma série de crenças, que chegam a variar de acordo com a escola a que a pessoa pertence. Mas praticamente todas essas crenças, explica o articulista, são meio que opcionais. O que realmente faz um budista é a aceitação dos Quatro Selos do Dharma (ou Marcas da Existência); todo o resto é acessório. Os leitores do blog já conhecem a frase de São Roberto Bellarmino, para quem se uma descoberta científica contraria nosso entendimento da Bíblia, o mais provável é que nossa interpretação da Escritura esteja incorreta. Pois bem, a julgar pelo texto de Wallace o Budismo leva esse princípio às últimas consequências: “Sua Santidade repetiu a tão citada máxima sobre o que fazer quando a ciência entra em conflito com o Buddhadharma [os ensinamentos do próprio Buda]: ajuste ou rejeite o Buddhadharma. Afinal, esse é o único jeito de ser fiel ao próprio Buddhadharma.”

Um outro aspecto ressaltado por Wallace é que o Budismo não se propõe a responder questões que dão pano pra manga no debate entre ciência e fé. Perguntas sobre a existência de Deus ou sobre um propósito para o mundo são deixadas de lado porque proporcionariam distrações em relação ao verdadeiro objetivo do Budismo, que é a busca do aperfeiçoamento pessoal pela superação do sofrimento. Nesse sentido, o Budismo se distancia completamente de outras tradições religiosas, como o Cristianismo, em que tais questões metafísicas são centrais para a fé. É por isso que Wallace (ele mesmo um cristão, pelo que entendi) afirma que o Budismo é uma religião mais palatável para a “geração do Iluminismo”. Mas, considerando essa abordagem, eu me pergunto o porquê do esforço em consolidar escolas de pensamento que afirmam coisas diferentes, se tanta coisa é puramente acessória e pode ser descartada quase que sem remorso nenhum. Mas não sei dizer se é uma inquietação apenas minha ou se vem de uma mentalidade ocidental acostumada a outros padrões religiosos.

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Eu não poderia deixar de mencionar que hoje é a festa de Santo Alberto Magno, padroeiro dos cientistas. Há exatamente um ano, escrevi um post curtinho sobre esse grande santo, com uma citação muito importante, vale a pena recuperar a leitura.

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A votação para o prêmio Top Blog terminou no dia 10. Amanhã serão divulgados os três finalistas em cada área pelo Júri Popular. Não sei ainda quando saem os finalistas pelo Júri Acadêmico. O anúncio dos vencedores ocorrerá em 18 de dezembro. Obrigado a todos que votaram no Tubo!

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