Acabou ontem, no Vaticano, um congresso internacional sobre Astrobiologia, realizado pela Pontifícia Academia de Ciências por ocasião do Ano Internacional da Astronomia. Se vocês olharem com cuidado o guia do evento, é um negócio tremendamente sério. Mas as reportagens que apareceram sobre isso fizeram o congresso parecer uma reunião de ufólogos (vejam, por exemplo, o que saiu no Guardian). A verdade é que aliens têm muito pouco a ver com a Astrobiologia real, e basta reparar que os ETs ganharam apenas uma parte mínima do programa elaborado pelo Vaticano.
É verdade que pessoas como o padre José Funes, diretor do Observatório Vaticano, falaram sobre a hipótese de, digamos, “contatos imediatos do terceiro grau”, mas a impressão que dá é a de que esses assuntos só vieram à tona por causa do interesse de jornalistas à procura de um lado pitoresco do evento. Pouca gente vai se interessar pela pesquisa em que o pessoal da Nasa criou um nucleotídeo de RNA reproduzindo as condições do espaço. Mas é aí que mora a Astrobiologia de verdade. Só que correr atrás de moléculas é muito menos atrativo para o grande público que correr atrás da coisa pronta, não é mesmo?
Então, minha gente, podemos sossegar: o Vaticano não está caçando ETs para batizá-los e evangelizá-los. “Ah, mas e se…”, o leitor pode perguntar. Bom, quanto ao que aconteceria caso descobríssemos vida inteligente no universo e as implicações teológicas disso, eu recomendo a leitura da parte final do meu texto sobre o multiverso, publicado no meio do ano aqui no Tubo.
——
Parece que agora ficou mais fácil retuitar as atualizações do Tubo de Ensaio!
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião