Quem inventou o rádio? A maioria diz “Marconi”, mas na verdade essa não é uma pergunta tão simples de responder. Como podemos ver aqui, havia muita gente trabalhando ao mesmo tempo e de forma independente nas pesquisas sobre radiodifusão. Aliás, isso era comum em outras áreas também. Só para ficar num exemplo, costumamos nos esquecer que Alfred Wallace chegou a suas conclusões sobre seleção natural mais ou menos ao mesmo tempo em que Charles Darwin…
Mas, voltando ao rádio, é uma pena que poucos brasileiros conheçam o trabalho de um desses pioneiros (para deixar de lado a controvérsia sobre o “inventor”) do rádio, que também era padre católico: Roberto Landell de Moura. E hoje é dia de homenageá-lo, nos 150 anos de seu nascimento. Esse portoalegrense nascido em 21 de janeiro de 1861 foi para Roma com 17 anos, e lá foi ordenado sacerdote oito anos depois. Ainda em Roma, na Pontifícia Universidade Gregoriana, estudou Física e Química, interessando-se especialmente pelos fenômenos elétricos. De volta ao Brasil, realizou uma série de experimentos que culminaram em uma transmissão sem fio da voz humana (a primeira do gênero em todo o mundo, já que até então as únicas transmissões sem fio tinham sido de sinais telegráficos), diante da imprensa e de autoridades brasileiras e estrangeiras, em 3 de junho de 1900. O feito foi conseguido em São Paulo, e a distância entre os dois aparelhos, o emissor e o receptor, era de 8 quilômetros.
O padre Landell ainda desenvolveu outras pesquisas, e, se seu trabalho fosse mais conhecido, ele seria considerado também um pioneiro da televisão, já que ele também se propôs a resolver a questão da transmissão de imagens, e deixou documentos e esboços nessa área, embora não seja possível saber até onde ele teria chegado nesse campo.
Landell de Moura faleceu em 1926, e agora algumas pessoas estão brigando para que ele tenha o reconhecimento merecido. O Movimento Landell de Moura pretende que os feitos do padre cientista sejam obrigatoriamente ensinados nas escolas, assim como aprendemos sobre Santos-Dumont e o avião. E, hoje, os Correios lançam um selo comemorativo do sesquicentenário do padre Landell. Nada mais justo; afinal, se hoje Reginaldos e Marcelos podem usar o rádio para evangelizar (só para ficar em uma utilidade do invento), tudo começou com um colega de sacerdócio. Landell de Moura é o verdadeiro “padre do rádio”.
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