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Ontem os Estados Unidos pararam para ver o Super Bowl. Deve ser por isso que, na quinta-feira passada, Alan Leshner, CEO da Associação Americana para o Progresso da Ciência (a SBPC deles) e um dos responsáveis pela revista Science, comparou uma visão comum sobre ciência e religião à, digamos, agressividade de uma partida de futebol americano. Mas ele lembra que, pelo menos na relação entre ciência e fé, nem todo mundo entra em campo para bater, e em um artigo no Huffington Post, menciona duas pessoas que demonstram como religiosos e cientistas devem trabalhar juntos quando têm interesses e preocupações comuns.

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Um desses interesses é a questão ambiental. Todo mundo quer deixar um planeta melhor para nossos filhos (e, como diz a frase que circula na internet, deixar filhos melhores para o planeta também ajuda). Richard Cizik, depois de fundar uma iniciativa entre os evangélicos com a função de “promover o bem comum”, o que inclui, em suas próprias palavras, “não demonizar a ciência ou os cientistas”, criou também o The Evangelical Climate Initiative, com o objetivo específico de alertar os cristãos sobre as mudanças climáticas. Leshner menciona uma frase especialmente significativa de Cizik: “Milhões de evangélicos têm pensado que ‘cientistas são evolucionistas, então também devemos rejeitar o que eles dizem sobre o clima’. Esse ponto de vista não vem de uma fé profunda, mas uma posição política particular”, ele diz. Na mosca, eu acrescentaria.

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Reparem que Cizik não entra no mérito do debate entre criação e evolução. Não ficamos sabendo qual é a sua posição sobre esse assunto, mas ela é o que menos interessa para a questão climática. O importante é que cada um, cientista ou religioso, faça a sua parte para ajudar a preservar o planeta. A questão ambiental também já entrou na pauta de outros grupos religiosos, e aqui mesmo no blog comentamos uma mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz em 2010.

Lesher afirma que esse tipo de entendimento é essencial. Se não houver um diálogo respeitoso entre quem tem pontos de vista divergentes, é a sociedade quem perde. Que outros temas, na opinião dos leitores do blog, abririam espaço para uma colaboração entre cientistas e religiosos?