Os Magos, “homens de ciência”

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Foi difícil escolher uma Adoração dos Magos, já que há muitas opções belíssimas. No fim, vamos de Giotto.

Hoje os católicos comemoram a solenidade da Epifania do Senhor. É o episódio em que, segundo os Evangelhos, os três magos, guiados por uma estrela, chegaram ao local de nascimento de Jesus (antes disso, segundo o Monty Python, eles teriam feito uma breve parada no local onde nasceu o Brian).

Hoje, o Papa Bento XVI rezou o Ângelus na Praça de São Pedro e, como sempre faz nessas ocasiões, proferiu um pequeno discurso sobre os personagens da festa de hoje. Infelizmente, no site do Vaticano ainda está só em italiano, mas eu arrisco uma tradução livre. As palavras do Papa dispensam comentários:

Eles eram sábios que perscrutavam os astros e conheciam a história dos povos. Eram homens de ciência num sentido amplo, que observam o cosmo considerando-o quase como um grande livro cheio de sinais e mensagens divinas para o homem. O seu conhecimento, portanto, longe de fazê-los autossuficientes, era aberto a novas revelações e apelos divinos. Efetivamente, eles não se envergonham de pedir ajuda aos chefes religiosos judeus. Poderiam ter dito “façamos tudo sozinhos, não precisamos de ninguém”, evitando, segundo nossa mentalidade atual, qualquer “contaminação” entre ciência e a Palavra de Deus. Em vez disso, os magos ouvem as profecias e as acolhem. E no momento em que retomam seu caminho em direção a Belém, veem novamente a estrela, como que confirmando uma perfeita harmonia entre a pesquisa humana e a Verdade divina, uma harmonia que enche de alegria o seu coração de autênticos sábios.

E essa semana também tivemos outra notícia envolvendo Astronomia e Igreja Católica: a American Astronomical Society premiou o padre George Coyne. Ele recebeu o George van Biesbroeck Prize, oferecido a cada dois anos a uma pessoa por seu serviço duradouro, extraordinário e altruísta à Astronomia. Na cerimônia de entrega, mencionou-se o trabalho do padre Coyne à frente da Escola de Verão do Observatório Vaticano, que ocorre todo ano e da qual o Alexandre Zabot já participou.

Essa premiação é uma ocasião ideal para recordarmos a entrevista que o padre Coyne deu ao Tubo de Ensaio no ano passado.

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