O mundo islâmico deu sua contribuição para o impulso que a ciência recebeu no Ocidente cristão no fim da Idade Média e no Renascimento, mas depois a ciência entrou em declínio nas regiões dominadas pelo Islã. Uma reportagem da Reuters publicada ontem mostra como, na Arábia Saudita, uma educação pobre em ciência deixou os jovens em uma situação precária, se comparada à de estudantes ocidentais. E isso em um país que está sentado sobre uma parcela considerável do petróleo mundial.
No entanto, os próprios estudantes perceberam a enrascada em que estavam se metendo e foram às ruas em protesto. O rei Abdullah bin Abdul-Aziz decidiu que era hora de modernizar a educação do país e criou um programa que, entre algumas de suas principais novidades, incluía mais aulas de ciências. O problema é que os entusiastas da inovação estão perdendo terreno. A Reuters explica que o rei e o príncipe herdeiro andam doentes, ou seja, têm mais com o que se preocupar. O príncipe Nayef bin Abdul-Aziz, outro candidato ao trono, tem ligações fortes com o clero local, que não vê com bons olhos as reformas educacionais.
A vantagem saudita é que o país tem dinheiro para investir. A Reuters menciona universidades novinhas em folha que custaram bilhões de dólares e bolsas de estudo para que dezenas de milhares de jovens sauditas estudem na Europa ou nos Estados Unidos. E o desejo dos estudantes por uma melhor formação científica não parece vir atrelado a uma revolta contra sua religião. Pelo menos nenhum dos entrevistados pela Reuters se manifestou assim. O que o rei deseja expressamente é combater o extremismo religioso, e não a religião. A desvantagem é um clero que não entende o que o estudo da ciência pode trazer para a juventude e para a economia do país. Pelo que dizem as autoridades entrevistadas, a queda de braço ainda vai durar alguns anos.
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