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No sábado, a Pontifícia Academia de Ciências encerrou mais um de seus encontros, que consistiu na Sessão Plenária, com o tema “Complexidade e Analogia na Ciência”, entre os dias 5 e 7, e em um grupo de trabalho sobre “Neurociências e a Pessoa Humana”, entre que durou de quinta a sábado. O programa do evento tem uma série de informações e mostra que o encontro foi de altíssimo nível, com a participação de prêmios Nobel como William Phillips e de outros cientistas destacados, como o Astrônomo Real britânico, Martin Rees. No grupo de trabalho, reparei na falta do Miguel Nicolelis (que é membro da Academia) no programa. Talvez ele tenha participado do evento como ouvinte, e não como palestrante, embora eu ache que ele teria muito para contribuir com a Academia nesse campo; pelo Twitter não temos como saber, já que ele não mencionou nenhuma viagem à Itália nos últimos dias.

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A Plenária foi encerrada com uma audiência papal. Como de praxe, Bento XVI fez um discurso aos membros da Pontifícia Academia de Ciências (foi em uma ocasião semelhante, em 1996, que João Paulo II fez aquele famoso discurso sobre a evolução). Recomendo a leitura; no discurso, entre outros aspectos, o Papa lembra que as ciências não são mundos desconectados entre si, mas estão “interconectadas e dirigidas ao estudo da natureza como uma realidade única, inteligível e harmoniosa em sua indubitável complexidade”, e como essa noção se liga com a visão filosófica cristã a respeito do universo e do homem. “O universo não é um caos ou o resultado do caos. Pelo contrário, ele aparece cada vez mais claramente como uma complexidade ordenada que nos permite, através da análise comparativa e da analogia, passar da especialização para um ponto de vista mais universal e vice-versa”, continua o Papa. Ele lembra que “o pensamento cristão tem empregado a analogia não só para a investigação das realidades mundanas, mas também como meio de se elevar da ordem da natureza criada à contemplação do Criador”, e encerra dizendo-se “convencido da necessidade urgente de um diálogo e cooperação permanentes entre os mundos da ciência e da fé, para construir uma cultura de respeito pelo homem, pela dignidade humana e pela liberdade, a bem do futuro da nossa família humana e para um desenvolvimento sustentável, a longo prazo, do nosso planeta”.

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Esta Plenária ainda foi especial para os brasileiros porque marcou a entrada de mais um compatriota na Pontifícia Academia de Ciências: o físico Vanderlei Salvador Bagnato, professor titular da Universidade de São Paulo. A Rádio Vaticano tem uma entrevista curtinha com Bagnato, que contou sobre sua surpresa e alegria ao ser indicado para a Academia.

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