Vocês devem ser lembrar de quando trouxe para o Tubo alguns vídeos de Thomas Woods mostrando como a Igreja Católica ajudou a construir a civilização ocidental, lançando as bases para a revolução científica que ocorreria nos séculos 17 e 18, especialmente. Agora, uma iniciativa surgida na Europa pretende mostrar a contribuição muçulmana para o desenvolvimento da ciência. No Times londrino de anteontem, Ehsan Masood conta que a exposição 1001 Invenções está chegando à capital britânica.
A exposição revela que, entre os séculos 8 e 15, o auge da expansão islâmica no mundo, grandes avanços ocorreram em várias áreas da ciência e tecnologia. Masood argumenta que, embora nem todos os cientistas e inventores daquela época fossem muçulmanos convictos, a religião esteve por trás de muitos avanços, e cita como exemplo a Astronomia: mesquitas contratavam astrônomos para elaborar tabelas precisas com os horários das preces. E, claro, não se pode deixar de mencionar o trabalho do matemático Musa al-Khwarizmi, que é considerado o fundador da Álgebra como a conhecemos hoje. Parte do trabalho de al-Khwarizmi servia para calcular as heranças de acordo com a lei islâmica.
O único perigo quando se pretende lembrar a contribuição de uma determinada religião para o progresso científico é tentar diminuir ou ignorar as contribuições alheias. É um assunto tratado no livro Galileo goes to jail and other myths about science and religion, que resenhei recentemente para a revista Dicta&Contradicta. O vídeo que segue abaixo, embora muito interessante, comete esse pecadinho ao deixar subentendido que, enquanto a ciência islâmica florescia, o Ocidente parecia regredir a níveis enormes de ignorância coletiva, o que já sabemos não ser verdade, inclusive pelo que nos mostra Thomas Woods (que, por sua vez, também comete esse erro em alguns de seus vídeos, em relação ao mundo islâmico). Mesmo assim, vale a pena conhecer um pouco da elaborada engenharia islâmica medieval:
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