Ronald Numbers tem se dedicado a combater os mais diversos mitos históricos sobre a relação entre ciência e fé. (Foto: Chemical Heritage Foundation/Wikimedia Commons)| Foto:

Mitologia não é coisa do passado: ela está bem viva, e assume novas formas com o passar do tempo. Uma das “mitologias modernas” é a do conflito sangrento entre ciência e religião, e um dos principais “caçadores de mitos” nesse campo é Ronald Numbers, autor de Galileo goes to jail, livro que sempre cito aqui e que pude resenhar para a revista Dicta & Contradicta anos atrás (o texto também está no Tubo).

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Numbers esteve no Brasil em 2012 e, na ocasião, deu uma entrevista de 50 minutos para o pessoal do Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora, a mesma turma que entrevistou o padre Andrew Pinsent no vídeo que publiquei aqui semanas atrás.

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O historiador trata de vários mitos em específico, como os de pessoas supostamente perseguidas pelo poder religioso por causa de suas ideias, mas também analisa a relação entre ciência e fé de um modo mais geral. Fala, por exemplo, da tentação de incluir Deus como explicação para o desconhecido; dos extremismos religiosos que são realmente incompatíveis com a ciência, especialmente em relação aos criacionistas, tema de outras pesquisas de Numbers; e de como os fundamentalistas religiosos e os ateus militantes são muito mais parecidos do que eles imaginam. Mais para o fim da entrevista, Numbers ainda conta uma história interessante: seu livro foi recusado por quatro editoras comerciais antes de ser publicado pela Harvard University Press, com enorme sucesso. Confiram:

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