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Nesta sexta-feira o blogueiro recebeu, na redação da Gazeta do Povo, a visita de Robson Rodovalho, fundador e presidente da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra. Confesso que fiquei surpreso quando recebi sua ligação, dias atrás, dizendo que ele gostaria de falar comigo, aproveitando uma passagem dele por Curitiba para compromissos da igreja. Ele contou que me descobriu após ter lido um texto aqui no Tubo de Ensaio sobre o livro novo de Lawrence Krauss (suponho que tenha sido esse aqui).

Acontece que Rodovalho, além de líder religioso, também é físico, tendo sido professor na Universidade Federal de Goiás. Ele terminou de escrever um livro sobre Física Quântica e espiritualidade, ainda não publicado. Sua formação na área científica o levou naturalmente a defender uma posição de conciliação entre ciência e fé. Nossa conversa tratou de alguns assuntos de ciência e religião; manifestei a ele, por exemplo, minha preferência pela teoria da evolução e pela compatibilidade entre Darwin e o cristianismo; Rodovalho se disse criacionista, mas rejeitando a noção de um universo criado há 6 mil anos, em seis dias de 24 horas. “Esse criacionismo fechado não bate com a nossa visão”, afirmou; ele ainda demonstrou estar aberto a pontos de vista não criacionistas, e me pareceu também recusar a noção de que a evolução é sinônimo de ateísmo.

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Mas o ponto central do nosso papo foram os esforços para ampliar o debate sobre ciência e fé no país. Rodovalho está montando um instituto dedicado a temas de ciência e espiritualidade, interdenominacional e aberto a diversos campos do conhecimento; ele ressaltou a importância de as igrejas cristãs contarem com uma “militância científica” que possa não apenas defender a boa relação entre ciência e religião, mas também transmitir esse conhecimento às pessoas. Até o fim do ano, ele me disse, deve estar tudo pronto para o lançamento desse instituto, um passo para congregar pessoas interessadas no tema e que hoje desenvolvem seu trabalho de forma isolada. Um pouco como o programa Ciência e Religião na América Latina, da Universidade de Oxford, vem fazendo desde o ano passado.

Não pretendo aqui fazer juízo de valor sobre a igreja que Rodovalho preside, nem sobre as crenças que ele defende, nem sobre sua atuação como deputado federal (sim, eu sei da história das passagens, bem como sei da militância parlamentar dele contra o aborto); ressalto apenas que acho importante que líderes religiosos defendam com ênfase a conciliação entre ciência e fé, e se esforcem para levar essa ideia ao maior número possível de pessoas. Iniciativas nesse sentido merecem apoio.

Faixa bônus: vídeo
Não tem nada a ver com a comunidade Sara Nossa Terra, mas, para encerrar a semana, curta um videozinho simpático sobre a tese do conflito entre ciência e fé. Só lamento que a lápide não esteja correta, pois acho que a tese do conflito segue viva e forte.

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