Ni Hao,
Como adiantei no post anterior, a SGBS começou a funcionar oficialmente.
Semana passada, eu e Sung estivemos com alguns clientes na feira do Cantão em Guangzhou, em Yiwu e em Shenzhen. Trabalho pesado de horas e horas de caminhada e negociações complicadas, mas com direito, é claro, a momentos de confraternização regados à famosa cerveja chinesa Tsingtao estupidamente… fria.
Chamar estas pessoas de clientes é ficar muito aquém do que elas realmente são. Estamos falando, leitores, do que o Brasil tem de melhor.
Estamos falando de uma das poucas coisas que ainda me deixam orgulhosa de ser brasileira.
Estamos falando dos pequenos empresários brasileiros batalhadores, guerreiros, que lutam todos os dias para manter seus sonhos de pé e sustentar suas famílias. De gente que nem pensava que, um dia, poderia sair do Brasil e vir para o outro lado do mundo em busca de conhecimento.
Amigos, se é que já posso chamar vocês assim, foi uma honra poder ajudá-los aqui na China.
E, como a SGBS não atende apenas a empresários que querem fazer negócios com a China, mas também a pessoas que desejam vir para cá apenas para ter contato com uma nova cultura, esta semana tivemos o imenso prazer de receber a Izabel. Uma senhora beirando os 60, com aparência frágil, personalidade forte e a cabeça mais aberta do que muitos jovens de 20 que conheço. Entre mim e ela, foi amor à primeira vista!
Izabel, querida, esta semana o post da Família Brasileira na China fica por sua conta. Tenho certeza de que nossos leitores adorarão visitar este país através dos seus olhos!
Zai Jian
再见
—————————————————————————————————————————————
—————————————————————————————————————————————
Viagem à china (por Izabel Domingues Ribeiro)
As primeiras impressões começam ainda e desde o Brasil, com o carinho, a paciência e eficiência do amigo Sung, que cuidou de todos os detalhes em tempo record para que eu pudesse vir. Na sequência acabei conhecendo durante a viagem os parceiros de Sung: Vera, Fábio e Alexandre, pessoas muito simpáticas e divertidas a quem me afeiçoei logo e esse grupo foi ampliado com inclusão de Tiago, que nos encontrou em Paris, cuja presença acrescentou mais alegria ao grupo que já estava muito bom.
A longa travessia no ar, apesar de cansativa não causou nenhum problema que umas 48 horas de descanso não resolvessem.
Em Guangzhou tive oportunidade de visitar a feira com o grupo de amigos e perceber logo de cara que tudo aquilo que costumamos achar enorme, torna-se ridículo diante das mega proporções chinesas. Tudo e extremado. Num país em que a estatura média deve ser de 1,60 cm, as edificações têm os maiores ‘pé direito do mundo’.
Todo e qualquer produto é ofertado à exaustão. Chega um momento em que parece que o olhar não consegue selecionar mais nada e o cérebro para de registrar as informações como se estivéssemos diante de um vazio.
Da feira, deixei o grupo e segui para Shenzhen, uma aventura que começou na espera por um taxi. Tomar um taxi, já exigiu minha primeira transgressão na China. Diante da vasta, longa e larga coluna humana que pretendia o mesmo, só me restava furar a fila para conseguir cumprir o horário. Foi o que fiz disfarçadamente a partir de um ponto que me permitia a façanha. Como ninguém se deu conta do meu delito, fui sorrindo para as pessoas e seguindo o fluxo. Os táxis não demoravam mais que 2 ou 3 segundos para chegar, mas mesmo assim, só consegui entrar num deles depois de uns 40 minutos de andar sorrindo e seguindo o fluxo.
(INTERFERÊNCIA DA BLOGUEIRA: Izabel, pai dui!!!!)
De Guangzhou para Shenzhen, creio que levou umas 3 horas, porque o trânsito se complicou na entrada de Shenzhen onde tinha ocorrido um grave acidente.
Depois dessa longa viagem por lugares totalmente desconhecidos, tendo já anoitecido, a sensação de que tudo ficou mais difícil foi dissipada ao chegar à recepção do hotel e encontrar o abraço amigo da Chris, com quem eu vinha me correspondendo, e de seu marido Luiz.
O encontro agradável prolongou-se durante o jantar num espaço super confortável, ao ar livre, e a acolhida só foi aumentando a cada momento que passamos juntos. Aquilo que ficou combinado para ser uma assessoria acabou evoluindo para laços de amizade.
Saindo até de meu comportamento usual, fomos dançar numa ‘boate’ cujo registro fotográfico da Chris nunca me deixará negar esse fato que também foi muito divertido.
A Chris me tomou pela mão e me mostrou muito mais que a China de Shenzhen. Ela me abriu as portas de sua casa e o convívio com sua família, incluindo o Luiz, que da maneira mais gentil e desprendida, participou do desfecho.
De Shenzhen segui para Shanghai….. ,mas essa história fica para o próximo post, se a Chris concordar!
Então, relatoriando minha viagem a China, eu listaria:
1. MELHORES IMPRESSÕES
. Dedicação do Sung
. Fazendo novos amigos
. Conhecendo a família brasileira na China
. Reencontrando grande amiga chinesa em Shanghai
. A viagem de trem Shanghai – Shenzhen
. Conhecer as cidades Guangzhou, Shenzhen, Shanghai
2. DIFICULDADES
. Comunicação. Quando não se domina o idioma, seja lá qual for, problemas podem surgir por falha na comunicação
. Alimentação. Realmente achei complicada a adaptação, principalmente porque sou vegetariana
. Trânsito. Não consegui saber quando o sinal abre e fecha para quem. Você espera pelo ícone ficar verde para o pedestre, mas quando isso acontece, você é surpreendido por motos, bicicletas, carrinhos ambulantes e, carros também. O curioso e que eles acabam se entendendo entre uma buzinada e outra.
3. DECEPÇÃO
. No país que possui a maior quantidade de aparelhinhos destinados as atividades cibernéticas, a exclusão digital e implacável. Se você não domina bem a linguagem do computador e não possui um celular de última geração, está incomunicável. Lan house, ciber café, telefone público, mesmo desenhando e difícil para eles saberem do que se trata e quando entendem, você descobre que essas coisas devem existir bem longe de onde você está.
4. CONCLUSÃO
. A China dominará o mundo.
1. Eles estão em maior número.
2. Possuem uma capacidade de realização sem limites. Eles fazem o que tem que ser feito sem por que, como, quando, onde, pra quem, etc. Simplesmente fazem, fazem, fazem …..
3. Acreditam no poder dos alimentos. Então eles comem, comem, comem……
A sensação que dá e que a China e um enorme tabuleiro mágico onde as peças vão se encaixando num jogo rápido e enquanto você pisca os olhos surge um mosaico pronto. Bem alto, bem largo, bem profundo.
Mesmo com tudo o que se lê, ouve ou sabe sobre o trabalho escravo, mão de obra barata, etc., parece que a vida flui nesse imenso oceano humano sem deixar traços de infelicidade, tristeza ou desespero. Pelo menos não consegui ler nas muitas faces que vi, nenhuma dessas marcas tão presentes na população ocidental. (Mas sei que esta e uma análise muito superficial de quem só passou 9 dias em contato com poucos lugares da China).
Querida Izabel, obrigada pelo carinho e estamos esperando você em Shenzhen de braços abertos!
Se quiser falar comigo, envie e-mail para christianedumont@hotmail.com
Se quiser acessar o site da Shenzhen Global Business Services, clique aqui.