你们好,
Nimen hao,
Nosso voo de Beijing para Datong chegou às 7 da noite. Como eu e Mina já havíamos estado em Beijing em outras ocasiões, para nós, a viagem estava realmente começando agora.
Só que, nenhuma de nós podia prever que nosso voo era o último da noite e que todos os serviços do aeroporto, como Informações e Shuttle Bus, já tinham se encerrado.
Lição 3: nunca chegue de noite em uma cidade chinesa desconhecida!
Assim que colocamos o primeiro pé para fora do aeroporto, caímos na real: fazia um frio absurdo, -3C, e não havia mais ninguém além da dupla de turistas desavisadas, cansadas e famintas. Ou melhor, havia sim: duas faxineiras que nos deram a dica mais preciosa da noite:
_ O último taxi está quase saindo do estacionamento!
Bom, vocês que vêm acompanhando a viagem desde o primeiro post, já sabem o que eu falei.
Travessão, abre aspas, Corre Mina, corre!, fecha aspas.
Mina conseguiu pegar o taxi a tempo, mas ele já estava ocupado por um casal que, provavelmente, não havia parado para ir ao banheiro e tirar fotos quando o avião chegou. Mas, como aqui também é a terra do jeitinho, motorista e passageiros concordaram em aceitar a dupla Chris&Mina e fizemos do taxi de Datong um grande lotação.
Dentro do carro, em meio a um silêncio pesado e desconcertante, abri meus papeizinhos com o endereço do hostel e mostramos para o motorista que nos levou lá sem muita complicação. Mas como nada na China é simples, (desconfie sempre que as coisas se resolverem rápido demais), demoramos mais de meia hora para achar o hostel.
Anda para lá, anda para cá, puxa mala, carrega mochila, tira luva, consulta o Ipad, coloca a luva, reclama do frio… não sei nem dizer como conseguimos encontrá-lo escondido no 22º andar de um prédio comercial cujo hall de entrada parecia uma daqueles cabeça de porco de Copacabana. Pensei cá com minhas luvas, “Ai, Deus, eu sabia que essa ideia de hostel era roubada!”
Lição 4: Na China, saia sempre com seus endereços em caracteres, pinying, inglês e, de preferência, leve fotos.
Pegamos o elevador, batemos à porta e, para nossa surpresa, um chinês de quase 1metro e 90 (espécime rara) com inglês fluente (mais raro ainda) nos recebeu com seu cachorrinho preto chamado Obama debaixo do braço (melhor não perguntar o porquê do nome). O hostel, administrado por ele e sua esposa, era maravilhoso!
Eles transformaram um duplex de uns 600m2 em um local quentinho, aconchegante e ao mesmo tempo moderno e super bem equipado: além do aquecimento central no teto e no chão, os banheiros também tinham seus próprios aquecedores e lâmpadas fortíssimas para nos manter aquecidos durante o banho. Aliás, nunca senti tanto calor em pleno inverno! Para se ter uma ideia, dormimos de janela aberta para poder suportar o aquecimento central.
Bom, apresentações feitas (em meio aos latidos estridentes de Obama), o casal nos recomendou jantar numa churrascaria que ficava bem ao lado do hostel, mas que fecharia em 15 minutos.
Vamos lá, leitores, em coro: “_ Corre, Mina, corre!”
Amigos, a churrascaria chinesa foi uma experiência inesquecível! As regras eram simples:
. Pague na entrada 60 RMB (mais ou menos 30 reais);
. Coma tudo que puder;
. Beba tudo o que puder incluindo cerveja branca, preta e cachaça;
. Faça tudo isso num tempo máximo de 2 horas (o cliente não tem direito a mais nada depois de 2 horas);
. Pague 10 RMB para cada pratinho de comida deixado à mesa sem comer
Justo, não? Eu e Mina não víamos a hora de enfiar a cara no Buffet e fazer, às 9 da noite, a segunda refeição do dia. Mas… as fotos e o vídeo contam o resto:
Pois é, leitores, como venho dizendo há tempos, o problema com as comidas chinesas é que, não conseguindo identificar do que se trata, tudo parece ameaçador. E às vezes não só parece, mas realmente é!
Diante de tantas coisas estranhas, incluindo esta panela de vermes, eu e Mina bebemos de tudo e não comemos quase nada. Deixamos diversos pratinhos de comida à mesa. Eu tentava esconder os frangos, porcos, pastéis não comidos embaixo das alfaces, mas não colou. A garçonete passou, olhou e parou à nossa frente. Eu, já meio alta de tanto cansaço e tanta cerveja, desandei a explicar em mandarim que eu era gringa (como se ninguém tivesse reparado) e que não estava acostumada com a comida chinesa, e que estava tudo muito gostoso, mas que, na realidade, blá, blá, blá…
A garçonete, que provavelmente não estava entendendo nada do meu mandarim alcoolizado, sorriu simpaticamente e disse: _Era para vocês pagarem por essa comida toda, mas eu vou fingir que não vi!”
Eu e Mina, aliviadas e agradecidas, tentamos recompensar nossa amiga com 20 RMB entregues por debaixo dos panos, mas ela só aceitou tirar uma foto conosco:
De noite, antes de irmos dormir, o Obama mordeu a Mina. E sabem o que a dona do hostel falou? _ Amor, o Obama mordeu outro hóspede!
Ai, Mina, vamos dormir que amanhã será um dia muito especial! Vamos visitar os Mosteiros Suspensos e as Cavernas dos Budas.
Ganbei!
干杯!
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Estou à total disposição de vocês!