Nimen hao!
你们好,
No hostel de Datong, por um erro de tradução na hora da reserva (double bed e twin beds), eu e Mina tivemos que dormir juntas numa cama de casal. Nossa noite de sono não foi das mais relaxantes, ambas preocupadas em não se mexer muito para não acordar a outra. Ainda assim, depois da visão da panela de vermes na churrascaria, do banho fervendo num banheiro hiper aquecido e da surpresa de ver a Mina mordida pelo Obama, meu cérebro se recusou a continuar me acompanhando nesta viagem à la “Alice no País das Maravilhas” e apaguei. Literalmente.
No dia seguinte, ao abrir a janela pela primeira vez à luz do dia em Datong, esta era a paisagem que nos esperava:
Sem comentários!
Às 07h30min da manhã, o taxista que contratamos para passar o dia conosco já nos esperava embaixo do prédio. O caminho da portaria até o carro me assustou pela quantidade de catarro que havia na rua. O motorista parecia não tomar banho há algum tempo e cheirava a cigarro, assim como seu taxi, no entanto era de uma simpatia e generosidade imensas!
Na hora do almoço, eu e Mina o convidamos para sentar conosco à mesa. Pedimos sopa com macarrão, carne e vegetais. Ele ficou rindo a me ver lutar para conseguir pegar as tiras de macarrão de dentro da sopa usando os kuaizi: pauzinhos de madeira que, em alguns restaurantes, são de plástico ou metal e tornam tudo ainda mais escorregadio. Não sei o que era mais difícil: tomar a sopa de pauzinho ou recusar educadamente o ovo preto que ele insistia em me dar.
Quando Mina foi ao banheiro e nos deixou sozinhos, arrisquei uma conversa sem intérprete:
_ Eu moro em Shenzhen.
_ Ah, Shenzhen é uma cidade muito rica. Datong ainda é muito pobre. O governo só começou agora a reconstrução da cidade. Daqui a pouco tempo estará muito rica também.
Neste momento, eu percebi claramente três coisas.
Primeira: eu achava que as obras aconteciam apenas em Shenzhen por que a cidade só tem 30 anos. Mas a realidade é que a China é um grande canteiro de obras, com cidades sendo construídas e reconstruídas por todos os lados. Guindastes já fazem parte da paisagem do país com um todo.
Segunda: os chineses sabem que a China está em pleno processo de desenvolvimento e esperam pacientemente pelo momento em que esse desenvolvimento chegará à sua cidade.
Terceira: eu consegui entender tudo que ele falou!!!!!!!
Depois deste papo, pensei que por ter 48 anos, o taxista certamente havia vivido os dias negros da Revolução Cultural. Fui subitamente tomada por um profundo carinho por aquele chinês humilde, com aparência cansada, que ganhava a vida levando gringos para visitar os pontos turísticos da cidade.
Eu e… nossa! eu não sei o nome dele.. no aeroporto de Da Tong.
No dia seguinte, indo para o aeroporto, vi que o desenvolvimento já havia chegado a Datong: os postes de iluminação da avenida eram todos à luz solar!
As duas principais atrações de Datong ficam em direções opostas, como vocês podem ver no mapa abaixo. Podem?
Resolvemos começar pelo os mosteiros que ficam a quase duas horas de distância de Datong, considerando uma média de 50 km por hora, que é como o motorista chinês prefere dirigir. Graças a Deus!
Datado de 491, os Mosteiros Suspensos, segundo os especialistas, são uma maravilha arquitetônica. Eles foram construídos em cima de vigas inseridas dentro das rochas para que ficassem protegidos de inundações, chuva, neve, sol e, principalmente, dos ruídos do mundo lá embaixo.
O momento em que avistei os mosteiros encravados na rocha não sairá jamais da minha mente. Simplesmente, de tirar o fôlego!
Outra coisa que também não sairá da minha mente é sua total e absoluta falta de segurança! Os visitantes circulam livremente pelas varandas onde mal cabem duas pessoas lado a lado. As grades de madeira batem no joelho e, qualquer esbarrão de mau jeito, você acaba encontrando Buda pessoalmente.
Por um lado é sensacional, e por outro apavorante. Nas paredes encontram-se plaquinhas de “não formem multidão” e setas mostrando o sentido da visita para ninguém entrar na contramão. Crianças de menos de 1 metro deveriam ser proibidas de visitar os mosteiros.
Em uma das rampas que ligam um mosteiro ao outro, me deparei com um chinês apavorado, tentando andar grudado pelas rochas como se tivesse Velcro na barriga. Aproveitei para tirar um fotinho com ele, né?
Olhem isso! Mal cabemos eu e Mina lado a lado!!!
Na parte da tarde, fomos conhecer as Grutas de Yungang.
No ano 450, em uma área de mais ou menos um quilômetro, os chineses começaram a escavar as 53 cavernas com seus mais de 51.000 Budas esculpidos nas pedras.
Antes de chegar às cavernas, a gente atravessa uma fortaleza construída com tijolos de barro no século XVII, da Dinastia Qing. Os lagos congelados e a neve que caía fizeram com que eu me sentisse numa espécie de Shangrilá.
Quando chegamos ao local das cavernas, a seguinte historinha se desenrolou por lá.
No fim do dia, nosso querido taxista nos levou para ver os nove dragões que….. sei lá o que… nem prestei atenção nos dragões de tão extasiada que estava com os mosteiros e as grutas. Tipo, quanto você tem um namorado novo e todos os outros homens do mundo não despertam em você o menor interesse.
Para não dizer que não mostrei os tais dragões.
E, como não podia deixar de ser, terminamos o dia tomando nossa cervejinha quente. Mas desta vez, em vez de copos de chá, nos deram canudinhos!
Ganbei!
Próxima parada: Pingyao.
Se quiser falar comigo, envie e-mail para christianedumont@hotmail.com
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