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Ni Hao,

CARREGANDO :)

Este mês está sendo um pouquinho complicado manter o blog atualizado, pois estamos mudando da nossa casa para um apartamento. Como o apê não é mobiliado, estou tendo que sair praticamente todos os dias para comprar móveis.

Enfim, nesta minha peregrinação por diversas lojas, eu, como boa publicitária, não pude deixar de reparar nas propagandas.
Pelo menos quatro lojas diferentes trabalham em cima do mesmo tema.

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O que me parece é que tudo começou com o senhor de cachimbo na foto abaixo, cujo nome descobri hoje, via uma arquiteta israelense, ser Natuzzi e que é muito famoso na banda ocidental do mundo.

A concorrência não poderia ficar para trás e decidiu encontrar seus próprios garotos propaganda, entre seus 40 e 50 anos, com pinta de intelectuais. Depois, bastou apenas fotografá-los com a mão no queixo, fazendo cara de inteligente, para tentar convencer os chineses da qualidade dos móveis.

Perguntei para a minha amiga chinesa, que está me ajudando a negociar a compra dos móveis, se os chineses conheciam estes senhores respeitosos das fotos e ela respondeu: “não, mas eles são ocidentais e os chineses confiam nos ocidentais”.

Reparem: ela não mencionou o país. Na China, basta ter os olhinhos redondos para ser visto como “superior”.

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Fiquei pensando se aí no Brasil nós também temos um estereótipo tão forte para os orientais. Aliás, assim como os chineses não conseguem distinguir um brasileiro de um americano, nós também não sabemos diferenciar um japonês, de um chinês ou de um coreano. E, ao ver um garoto propaganda de olhinhos puxados, tenho certeza de que a maioria de nós pensa logo nas lojas de R$ 1,99. Talvez em pastelaria e lavanderia…

Somos todos uns ignorantes sobre a cultura alheia, não é mesmo?

Por coincidência, enquanto comprávamos os móveis, minha amiga recebeu uma ligação de uma colega perguntando se “ela tinha um ocidental para acompanhar crianças a uma viagem de 7 dias pelo interior da China”. Ela olhou para mim e perguntou se eu queria. Meu instinto suicida respondeu antes que meu cérebro pudesse raciocinar: sim, sim, sim!!!

Dois minutos depois, resolvi me certificar:

_ As crianças falam inglês, né?
_ Não, lógico que não.
_ Mas eu não falo chinês!
_ Fala sim! O que você sabe é o suficiente!
_ Como assim? Não posso passar 7 dias com crianças chinesas repetindo as mesmas únicas frases que conheço “Bom dia, não faça isso, fique junto”. Já dei aula para chinesinhos e sei que não vai dar certo. Mas porque sua colega não contrata uma chinesa para ir junto?
_ Porque os chineses se sentem mais seguros quando há um ocidental por perto!

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Depois disso tudo, estou pensando seriamente em começar agenciar o Luiz!