Iguaria da culinaria chinesa| Foto:

Ni men hao, 你们好,

CARREGANDO :)

Continuando as aventuras de Mina&Chris em Pequim, no dia seguinte, recuperadas da correria do dia anterior para encontrar a mala da Mina, acordamos cedo e fomos tomar café da manhã. Se há uma coisa que me faz falta na China, eu posso dizer que é tomar café da manhã. Mais precisamente café com leite, pão e manteiga que fazem parte da minha memória afetiva e das minhas pequenas manias. Só que aqui, de manhã cedo, eles comem arroz e macarrão entre outros alimentos.Existe até um ditado que diz mais ou menos assim: De manhã, coma muito. No almoço, coma o suficiente. De noite, coma pouco. Sabedoria milenar chinesa!

Bom, havia um McDonalds na esquina do hostel e foi para lá mesmo que nos dirigimos. Nosso pedido seria café, leite e hash brown (aquele bolinho de batata frito). Mas como dizer hash brown em chinês? Essa, nem a Mina sabia!  O nome estava ali, bem na nossa cara escrito no painel luminoso atrás do caixa. Mas, leitores, o mandarim não é uma língua em que você junta letras e forma sílabas. Ou você saber o caractere ou não sabe. E, neste caso, a gente não sabia. A Mina ficou apontando para a foto do hash brown, tentando descrever o bolinho para uma atendente que fazia cara de “que cazzo esta chinesa está querendo me dizer?”, até que, depois de alguns minutos e de mais alguns clientes na fila, ela finalmente entendeu: “Ah, você  é analfabeta!”

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Não! Sim! Talvez!… deixa para lá e me dá 2 hash brown ou como quer que isso se chame!

Mina, Chris e os hash browns enfrentando o primeiro perrengue do dia.

 

Acabado o café da manhã, fomos visitar um Hu Tong que ficava bem em frente ao McDonald’s. Hu Tongs são ruelas estreitas cheias de casas pequenas e muito humildes que dão para um canteiro interno, sem banheiro, onde vivem chineses de baixo poder aquisitivo. Eu diria que os Hu Tongs são uma espécie de favelas cariocas com duas diferenças: não possuem escadarias, por serem no plano, e nem traficantes.

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Os Hu Tongs dão a sensação de que você está acordado meio a um sonho, como no filme A Origem: um labirinto de ruas onde não se ouve mais o barulho dos carros passando do lado de fora, habitados por chineses “da nata” e todos os seus hábitos estranhos como pendurar carne na janela. Foi lá que encontramos o senhor simpático aí de baixo. Ele se ofereceu para tirar uma foto conosco desde que mostrássemos seu instrumento de trabalho: um botijão de gás. Quando a Mina disse que eu era brasileira, ele abriu um sorrisão e falou: “Avise a ela que eu falo russo!”

 

Depois dos Hutongs, eu que não sou de comprar nada, não resisti e entrei numa pequena loja que vendia Pashminas a 10RMB ou 4 reais!!!!! A loja estava completamente vazia o que nos dava espaço para olhar, mexer, abrir e experimentar dezenas de tipos, cores e padrões diferentes. Só que a loja, de mais ou menos 6m2, começou a encher, encher, encher até ficar completamente lotada! Lotada de chinesas interessadíssimas no que eu e a Mina estávamos comprando. “Você gosta dessa? Prefere aquela? Qual a cor mais bonita?”, perguntavam elas. Ou seja, duas ocidentais eram tudo o que o dono podia sonhar, numa manhã fria de segunda-feira, para atrair freguesia para sua loja. Apesar disso, não conseguimos nenhum descontinho. Mas também, por esse preço, eu não tive nem coragem de insistir. Vejam se não são lindas!!!

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Dá para acreditar que custaram R$ 4,00 cada?

 

De lá, eu, Mina e seu tripé (o tripé da Mina já estava fazendo parte da família) fomos pegar um ônibus público para visitar o Templo do Céu, o único ponto turístico de Pequim que a Mina ainda não conhecia (eu e ela já havíamos estado em Beijing outras vezes).

No caminho para o ponto do ônibus, passaram por nós 8 guardas enfileirados em 2 colunas, com seus capotes verdes de inverno e suas botinas gigantes, todos com cara de menos de 20 anos de idade. A Mina não resistiu e “flash”, tirou uma foto deles. Senti no ar a mesma sensação que uma zebra sente quando percebe uma onça escondida atrás da moita. Tipo,ferrou!

Um dos guardinhas olhou para a zebra, ou melhor, para Mina, e veio em nossa direção. Ele falou algo para ela que começou, imediatamente, a abrir a máquina para tirar o filme de dentro. Sim, a Mina tira suas fotos especiais em filme e não digitalmente. Eu pensei em todas as fotos que ela havia tirado nos Hu Tongs e que seriam totalmente perdidas e resolvi apelar, dando uma de gringa inocente. “Sorry, sorry, please, please, no, no” fui falando em todas as entonações possíveis. Outro guardinha se aproximou aumentando a tensão e eu comecei a repetir em voz mais alta, tentado prolongar a última sílaba como o Dudu faz comigo quando quer alguma coisa: Pleeeeeeeeeease! Quando vi que nosso ônibus estava se aproximando, fui tentando gerar um clima de urgência no ar até que eles caíram na armadilha, ficaram sem saber muito bem o que fazer e deixaram a zebra e a hiena partirem.

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Lição número 2: A China, apesar de não parecer, é uma ditadura. Portanto, não cutuque onça com vara curta.

 

Foto retirada da Internet, por motivos óbvios: Wikimedia Commons

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Eu no Tempo do CéuAliás, o céu está até bem azulzinho comparado ao do dia anterior.

 

Depois do Templo do Céu, fomos almoçar às 5 da tarde quando todos os chineses já estavam se preparando para jantar. Sentamos famintas num restaurante frequentado apenas por locais e resolvemos experimentar o famoso Pato Assado de Pequimalém de uma salada de espinafre e os tradicionais pães de carne de vaca. Dizem que a fome é o melhor tempero e, talvez seja por isso que tenhamos achado tudo tão delicioso! E, como já estávamos acostumadas, os três senhores da mesa ao lado não pararam de comentar sobre nós sem saber que a Mina, além de inglês, também falava mandarim.

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Depois do jantar, formos visitar o Ninho do Pássaro e o Cubo D’água, construídos especialmente para as Olimpíadas de 2008 e que, segundo matéria do Globo, viraram dois elefantes brancos para a prefeitura de Pequim. Branco eu não sei, mas azul, vermelho, amarelo e todas as outras cores que iluminam essas duas belezas arquitetônicas, com certeza!

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Cubo d’Água e Ninho do Pássaro, simplesmente deslumbrantes!

 

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E assim terminou nosso dia em Pequim, não antes de comermos um dos seus famosos baozi 包子 recheados de carne de porco. No próximo post, acompanhem nossas aventuras em Datong e suas duas grandes atrações: os mosteiros suspensos e as grutas com mais de 50.000 budas esculpidos em suas paredes. De chorar de emoção!

 

再见

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Zai Jian!

Se quiser falar comigo, envie e-mail para christianedumont@hotmail.com

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