Ontem o feed do Facebook estava cheio de gente recomendando o vídeo “Garçom Vegetariano” do Porta dos Fundos. Muitas pessoas me mandaram o vídeo também, muitas pessoas acharam que os caras estavam “mandando muito bem”. Hm. Tá. Eu acho que eles conseguem fazer melhor. Aliás, o blog Veganagente fez uma observação interessante e o comentário me ajudou a entender um pouco do meu estranhamento sobre o vídeo: o que o Porta dos Fundos faz é uma provocação dúbia, mostrando o vegetariano como alguém que não consegue ser sociável, mesmo que o personagem fale coisas contundentes. Não dá pra negar que o estereótipo do vegetariano mostrado ali é o tipo de pessoa que é mesmo chata quando quer defender uma visão, seja ela vegetariana ou onívora (tipo aquela piada “e você, que mata alface?”). Achei fraquinho, ainda que possa ter sido bem-intencionado. Quero saber a opinião de vocês.
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Não sei se o vídeo ter saído ontem foi uma coincidência ou algo estratégico (vai que um deles não come carne?), mas calhou para continuar colocando o vegetarianismo como o assunto do dia. E hoje, 1º de outubro, é o Dia Mundial do Vegetarianismo, um dia bom para a gente colocar em discussão a postura e as ações que temos no dia a dia.
A verdade é que a maior parte das pessoas não têm o hábito de pensar nas consequências de sua alimentação. É aí que entra a importância desses “feriados da carne”, como se referiu na semana passada Mônica Buava, uma das ativistas da Segunda sem Carne de São Paulo, durante o IV Vegfest. Não é legal que alguém te force a comer ou deixar de comer algo, então vamos com calma na “catequese”. A melhor forma que considero para causar uma boa impressão do vegetarianismo e de seus “adeptos” é começar pela comida. Não dá pra chegar em uma roda de conversa e sair desfiando tudo que acontece em um abatedouro ou granja; que dirá fazer isso à mesa. E, se isso acontecer, pode ser um pouco frustrante perceber que não é todo mundo que sensibiliza com esses relatos, por mais horríveis que eles pareçam.
Nos dias de hoje é fácil encontrar e repassar informação pela internet, como receitas, livros sobre o tema (recomendo fortemente que leiam “Comer Animais” do escritor americano Jonathan Safran Foer) e grupos de discussão sobre o assunto. Todo mundo tem seu próprio tempo para sacar as coisas e a gente está aqui para estimular, e não forçar mudanças. Ou vai dizer que não é muito bacana quando algum onívoro topa tirar a carne por um almoço? Ou que chega pra você e diz “estou parando aos poucos”? Eu fico muito feliz.
E vocês, o que acham?
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PS: a hashtag #vegetarianday no Instagram tá com uns pratos lindos, como o risoto de alcachofra com hortelã do Jamie Oliver. Pra inspirar as próximas refeições. 😉