É inevitável começar um ano sem a tradicional meta de empilhar livros que quero ler. E a lista com links para conferir depois quando se passa no mínimo seis horas por dia na frente do computador, então? Infindável. Quando consigo terminar uma boa leitura, gosto de compartilhar com as pessoas. E vice-versa: adoro saber das impressões dos outros sobre o que quer que eles tenham lido de interessante.
Aqui vão algumas leituras que fiz nos últimos tempos, tem desde reportagens que li na última semana a livros preferidos de receitas ou sobre comida:
“Nas entranhas da besta” – Reportagem da revista Rolling Stone sobre a produção industrial de animais nos EUA, para carne ou produção de leite e derivados e ovos. Como eu disse lá no facebook, se cada um de nós tivesse interesse em saber qual a origem da maior parte da comida que nos oferecem os fast foods e de onde saem os ‘preços em conta de supermercados’ também optaria por uma dieta plant-based. E passaria mais tempo se aventurando na cozinha e buscando fornecedores confiáveis de ovos e laticínios. Não é difícil, as feiras de rua estão aí pra isso. Leia aqui.
“Com Beyoncé entre os adeptos, veganismo ‘meio-período’ se populariza” – Esta notícia da BBC foi replicada nos portais Terra e Bol e fala sobre uma tendência observada pela Vegan Society: muita gente está experimentando uma dieta vegan por um tempo limitado, geralmente 20 ou 30 dias, como forma de desintoxicar o corpo e criar hábitos mais saudáveis. Há quem pegue o gosto.
Comer Animais, de Jonathan Safran Foer (Rocco, 2011) – Este não é novidade, mas sempre recomendo para quem quer entender um pouco mais como funcionam granjas e abatedouros. Também é sobre a produção norte-americana e, considerando que você tenha lido a reportagem “Nas entranhas da besta”, segue o mesmo tom. Aqui tem um trecho em português disponível.
Como cozinhar sem receitas, de Glynn Christian (Gutenberg, 2012) – Resenhei no início do ano passado para a Gazeta do Povo e ele traz capítulos saborosos. Ajuda a decifrar o seu paladar: Por que gosto de comer o que gosto? Quais ingredientes combinar para fazer esta receita em casa? Leia meu texto aqui.
Cozinhando sem desperdício: receitas sustentáveis para o gourmet consciente, de Lisa Casali (Alaúde, 2013) – Ótimo para consultar de vez em quando e pensar em algo diferente com talos, folhas e outras partes de verduras geralmente jogadas fora, de preferência, de orgânicos. Traz também artigos e dicas para economizar luz, água e gás. Minha resenha está neste link.
Em defesa da comida, de Michel Pollan (Intrínseca, 2008) – O manifesto do jornalista Michel Pollan traz 12 “mandamentos” bem-humorados na contracapa que já dão um gostinho do que você vai encontrar. Um deles: “não coma nada que um dia não possa apodrecer”. Isso significa: coma menos alimentos com conservantes. De preferência, elimine-os da sua dieta. Destaco os trechos em que ele trata da construção da imagem de boa moça da margarina e a distinção que ele faz entre produtos comestíveis e alimentos. Pra reler de vez em quando.
Sabores da Horta, de Caroline Bretherton (Publifolha, 2012) – Indiquei este na revista/catálogo bimestral das Livrarias Curitiba. O porquê da sugestão está lá na página 10.
A cozinha vegetariana para todos, de Rose Elliot (Zahar, 2012) – São 550 receitas. É coisa pra testar por mais de um ano, considerando que você prepare uma por dia. Ainda estou “estudando” ele, costumo demorar para cozinhar algo de livros de receitas novos. Pode parecer menos atraente por não ter fotos, nem ser colorido, mas tem um esquema bacana de ícones em cada receita: se pode ser congelado, se é vegano, se é possível “veganizar”, etc.
E por fim, os que estou esperando ser traduzido para o português ou a edição gringa chegar ao Brasil (porque livro físico tem toda uma graça a mais que e-book, não é?):
VB6 – Vegan Before Six, de Mark Bittman (Sphere, 2013) – O crítico do The New York Times adotou uma dieta vegana de meio-período (como naquela notícia que linkei lá em cima) há pouco mais de seis anos por causa de sua saúde. A partir do horário em que ele acorda até as 18h ele segue uma dieta vegana. Depois deste horário, ele se permite comer o que quiser, mas moderadamente. No primeiro capítulo ele comenta sua experiência: “O mais engraçado foi que, o jeito que eu comi durante o dia começou a mudar o jeito que comi durante a noite”. O blog português Mais Olhos que Barriga, do portal Público, fez um post sobre. Aqui tem uma prévia.
Comer sin miedo, de J.M. Mulet (Destino, 2014) – Essa foi sugestão do meu colega Adriano Justino, editor da revista Viver Bem Saúde e Bem Estar. O autor é doutor em bioquímica e biologia molecular pela Universidade de Valencia e neste livro fala sobre produção de comida e “desmonta” a ideia da comida natural e ecológica. Fiquei bem curiosa. Principalmente para saber mais sobre as melhoras genéticas em alimentos que consumimos quase diariamente e entender frases como “em um tomate há mais tecnologia que em um iPhone 5”. O site da editora disponibiliza um fragmento para leitura.
Vegetarianism: A History, de Colin Spencer (Four Walls Eight Windows, 2002) – A partir do momento em que você começa a chafurdar na internet procurando autores, livros, entrevistas e tudo o mais, se depara com tantos títulos bons que nunca foram traduzidos para o português que até considera encomendar alguns, mas a lista nunca tem fim (mas o limite de gasto, sim). Este aqui me parece interessantíssimo por trazer a história do vegetarianismo sob diversos aspectos, da escolha pessoal à restrição religiosa e, em um mergulho na história da alimentação, apontando personalidades que adotaram a dieta.