Nesta semana, vamos falar sobre um assunto que parece nunca sair de cena: os famosos "hypes" ou modismos tecnológicos. Quem aqui nunca viu um aplicativo, uma rede social ou um gadget lançado que, de repente, virou a sensação do momento, mas logo depois caiu no esquecimento? Pois é, o mundo da tecnologia está repleto de exemplos assim, e vamos analisar alguns deles.
A última moda atende pelo nome de Threads, aquele aplicativo que vai “revolucionar as redes sociais e conectar ainda mais as pessoas”. Parecia o próximo grande sucesso, mas, em menos de uma semana – na verdade, em cerca de 3 dias - foi perdendo o interesse do público e os gráficos mostrando o pico seguido pelo vale no que tange ao interesse quanto à “novidade” começaram a circular. Isso não quer dizer que o Threads seja ruim, mas nos lembra de como os hypes podem ser fugazes.
A questão é que não foi a primeira nem será a última moda passageira. Quem não se lembra da famosa Clubhouse? Em 2020, todos pareciam estar lá. Era a plataforma de áudio do momento, na qual você podia entrar em salas e ouvir as conversas mais interessantes. Eu entrei. E me deparei com o antigo 145 – os que tem mais de 40 se lembrarão, o famoso disque amizade -, só que, agora, na forma de um aplicativo. Mas como está a Clubhouse agora? Ninguém nem mais parece se lembrar que ela um dia existiu.
E exemplos não faltam. Em 2017, assisti pessoalmente ao lançamento do carro voador do Uber durante o Web Summit, em Lisboa. Hoje, quase seis anos depois, sempre que percorro as ruas das grandes cidades, olho pro céu, mas ainda não consegui encontrar um singelo carrinho voando à minha volta.
Em 2022, quem não entrasse no "Metaverso" parecia estar fadado a desaparecer do mundo dos mortais. A ideia de um universo virtual onde poderíamos interagir, trabalhar e viver soava empolgante. Porém, o fato é que, ainda que com potencial relevante para o futuro, o metaverso ainda está longe de se tornar uma parte significativa da nossa realidade. Permanece engatinhando em meio ao hype?
Não estou dizendo que essas tecnologias são inúteis. Na verdade, muitos deles têm potencial real e podem evoluir com o tempo. No entanto, é essencial mantermos os pés no chão e enxergarmos esses hypes por aquilo que são: novidades passageiras que podem ou não se tornar tendências sólidas.
Com a rápida transformação tecnológica dos dias atuais, o número de modismos que surgem é impressionante. É aí que entra a necessidade de que líderes responsáveis usem de maneira ampla e intensa o bom e velho discernimento. Em um mundo cheio de opções, é imprescindível saber separar o joio do trigo.
A inteligência artificial (IA), por exemplo, é uma tendência sólida e cada vez mais presente em nossas vidas. Ela revoluciona a forma como fazemos negócios, cuidamos da saúde, otimizamos processos industriais e até mesmo nos divertimos. A IA veio para ficar e é um dos pilares da tecnologia moderna. E quando analisamos a fundo e de maneira desapaixonada, percebemos vários sinais que nos indicam claramente que ela não é só mais um hype. A IA está por aí há anos, e o que está acontecendo agora é apenas a sua popularização. E, com isso, crescer exponencialmente seu potencial de aplicação.
É por isso que, como líderes e entusiastas da tecnologia, precisamos ser criteriosos em nossas escolhas e investimentos. Devemos analisar os modismos com cautela, avaliando se eles realmente têm a capacidade de agregar valor a longo prazo. É tentador seguir a onda do hype, mas é crucial não se deixar levar pela empolgação momentânea.
Vamos continuar inovando, experimentando e abraçando as novidades que fazem sentido, mas também devemos ter em mente que algumas delas podem ser apenas flashes esporádicos. A transformação tecnológica é real, mas nem tudo que reluz é ouro.
Então, antes de mergulhar de cabeça em um novo hype, pare e pergunte a si mesmo: "Isso é uma tendência genuína ou apenas mais um modismo passageiro?" A resposta pode fazer toda a diferença no sucesso das nossas escolhas tecnológicas. Lembre-se, a tecnologia pode ser emocionante, mas o discernimento é a chave para o futuro.
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