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O tempero libanês

Cozinha libanesa autêntica e com preço ótimo. (Sâmar Razzak) (Foto: )

A presença árabe em Paris é massiva, sobretudo de tunisianos e algerianos. Mas tem também libaneses. Isso faz com que a cozinha árabe seja uma das mais presentes na cidade. Hommus, por exemplo, é prato cotidiano dos franceses. Compra-se pronto até no supermercado. Mas o gosto, minha gente, ninguém merece. Toda vez que experimento um hommus feito com pepino (???), eu fico imaginando que se eles gostam daquilo, quem dirá se um dia provarem o verdadeiro.

Cresci dentro de um restaurante árabe (que por sinal é muito bom, quiçá o melhor de todos 🙂 ) e avaliar a qualidade deste tipo de comida é comigo mesmo. Uma amiga me levou para conhecer um pequeno bistrô libanês, nas imediações do centro Pompidou. O Al Dabke abriu há pouco tempo (é a filial da primeira casa que funciona em Ivry-sur-Seine, uma cidadezinha colada em Paris), é bem pequeno, não tem mais do que seis mesas, e – o mais importante – a comida é muito boa.

Lugar pequeno, atendimento excelente e comida boa: combinação perfeita. (Sâmar Razzak)

Lugar pequeno, atendimento excelente e comida boa: combinação perfeita. (Sâmar Razzak)

Provei um prato que traz de tudo um pouco: tabule, hommus, berinjela, falafel, um espetinho de kafta e outro de frango assado. E também pão árabe. Delicioso, na medida da fome e por 12 euros na hora do almoço. O hommus é hommus mesmo, o tabule não tem pepino picado (aleluia) e é feito com trigo mesmo (e não cuscuz). O atendimento é simpático e a sobremesa foi por conta da casa. Vale a visita, sem dúvidas!

Cozinha libanesa autêntica e com preço ótimo. (Sâmar Razzak)

Cozinha libanesa autêntica e com preço ótimo. (Sâmar Razzak)

Chá de hortelã e doce folhado de sobremesa. (Sâmar Razzak)

Chá de hortelã e doce folhado de sobremesa. (Sâmar Razzak)

O segundo lugar que eu indico é o Edgar, que fica na rua Montorgueil. Bem pequeno também, tem vários pratos e você pode montar a sua composição. Eu escolhi o falafel, para provar a versão libanesa deste sanduíche que é sensação em Paris. O mais famoso falafel da cidade é o do As do Falafel, que fica na Rue des Rosiers e te obriga a enfrentar fila para poder provar. É muito bom e por isso as expectativas para com a versão libanesa eram grandes.

Lugar simples, mas com comida muito boa. (Sâmar Razzak)

Lugar simples, mas com comida muito boa. (Sâmar Razzak)

A primeira grande diferença é o pão. No Edgar, o sanduíche é feito no pão árabe bem fininho e vem enrolado, ficando mais fácil para comer. De resto, conta com a mesma composição: bolinhos de falafel, salada e molho à base de tahine. Eu achei mais leve, menos molho, o que permite apreciar mais o falafel em si. Delicioso e bem em conta: 4 euros, quase metade do preço do concorrente israelense.

Falafel na versão libanesa: mais leve e saboroso. (Sâmar Razzak)

Falafel na versão libanesa: mais leve e saboroso. (Sâmar Razzak)

E, ainda, no dia em que estive lá pela primeira vez, o suco de limão “fait maison” foi por conta da casa. Achei uma graça e algo realmente pitoresco já que trata-se de Paris. Mais lembrei do meu pai, que sempre faz dessas com seus clientes e concluí que deve ser o jeito libanês de servir.  Gostei mais ainda do lugar. Foi como estar perto de casa outra vez.

Serviço:

Al Dabke

3 Rue aux Ours, 75003

Metrô Rambuteau

Edgar

45 Rue Montorgueil, 75002

Metrô Étienne Marcel

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