Minha vontade de conhecer a Austrália começou depois de uma reportagem que li sobre a Grande Barreira de Corais que fica na costa leste e mais, a ideia de fazermos um curso de mergulho foi para principalmente mergulhar nela. Por isso nossa programação na terra dos aborígenes girou praticamente em torno do mergulho na Barreira.
A Barreira de Corais tem uma extensão de 3.000 km, é a maior do mundo (maior que a Muralha da China) e é formada por centenas de ilhas, algumas delas com grandes resorts e outras inabitadas. A vida marinha é uma das mais ricas do planeta e a visibilidade pode chegar a 100 metros.
Muita gente vai para Cairns para mergulhar a partir dali, mas como é muito turística e alguns australianos já haviam nos dito que não precisa ir até lá, resolvemos nos instalar em Airlie Beach e aproveitar para conhecer Whitehaven Beach, considerada uma das praias mais bonitas do mundo. Juntamos o útil ao agradável, mergulho na Barreira, praia mais bonita do mundo num veleiro voltado para quem quer mergulhar durante três dias e três noites pela Barreira de Corais e ao redor da Whitsundays Islands, o arquipélago onde está a Whitehaven.
Como a Austrália é grande e nosso tempo era curto, pegamos um avião que não saiu barato (principalmente porque não conseguimos planejar as datas com antecedência) para uma das cidades com aeroporto perto de Airlie Beach chamada Mackay. De lá agendamos pela internet o ônibus da Greyhound para ir do aeroporto até Airlie Beach e foi bem bom, até internet tinha. Essa empresa faz a Austrália inteira, tem diversos tipos de passagem e você pode ver no site qual o itinerário e que horas o bus passa no destino que te interessa. Para quem não quer alugar carro, pegar trem ou uma carona nesses grupos que buscam companhia para dividir a viagem é uma ótima opção.
Chegamos à noite e havíamos reservado um holiday park chamado Island Gateway para dormirmos numa barraca, mas montada por eles, fixa. Tudo era muito caro e na internet não achamos muitas opções. Parecia bom, mas chovia cântaros e a primeira noite que dormi numa barraca foi terrível. Estávamos molhados, sem comida, tudo fechado e cansados. Uma combinação e tanto. Dia seguinte pegamos as mochilas e fomos atrás de um lugar melhor para ficar.
Achamos um hostel chamado Magnums bem central (a cidade tem uma rua principal e nada mais) e com preço bom (46,00 AUD por noite em quarto privado) – custo benefício ótimo.
Pesquisando pela internet sobre os passeios de barco pela Whisundays Islands, com mergulho na Barreira de Corais escolhemos uma das milhões de opções de barcos, tipo de tour e quantidade de dias disponíveis. Existem também passeios de um dia, sem ser liveaboard (dormir no barco) que são mais baratos e tão bom quanto. Depende do que você quer. Fomos no escritório fazer o check in dois dias antes, avisar onde estávamos como pediam e nossa surpresa foi que a gerente disse que aquele barco que escolhemos não sairia pois estava em manutenção. O detalhe foi que mudamos nosso voo para Nova Zelândia para mais tarde em função daquele barco e da data e horário que ele sairia. No final, acabamos sendo recolocados em outro parecido, porém de três dias e duas noites, que era mais caro (não precisamos pagar a diferença) e saía no dia seguinte. No final deu tudo certo, tirando o tempo que não ajudou nada.
Saímos com sol, mas não durou muito. Foi o tempo de chegarmos à Whitehaven Beach, vermos o mar azul translúcido contrastando com uma areia fininha e muito branca, tomarmos um banho de mar protegidos com roupas especiais obrigatoriamente por causa das águas vivas locais que são extremamente perigosas (o veneno pode ser letal) e as nuvens começaram a chegar carregadas. Dalí para adiante nosso tão sonhado passeio de barco foi debaixo de chuva, muita chuva. Estava previsto que sairíamos da Barreira para mergulharmos, porém, segundo o comandante, o vento estava muito forte e o mar agitado. Não pudemos ir. Sem chance. O mergulho rolou ali mesmo, por volta das ilhas e não foi como nós esperávamos. A visibilidade estava muito ruim e acabei me frustrando. Nem tudo pode ser perfeito! Até então, quase um ano de viagem, fomos agraciados por ótimas temperaturas, muito sol e ótimos mergulhos. Isso significa que vamos ter que voltar em outra época (chegamos no final de fevereiro). Pra encerrar a aventura do barco, na volta pegamos uma ventania que o barco ficou por mais de uma hora e meia velejando inclinado quase que 45o graus. Galera passando mal, se segurando do jeito que dava. Era impossivel ficar em pé. E rezando, é claro. Um pouco mais de emoção!
De qualquer forma, sempre se tira algo de bom em qualquer experiência e não foi diferente. Conhecemos pessoas bacanas como o Dino e o Jason, pai e filho canadenses que dividiram a maior parte do tempo com a gente. O Dino morou no Brasil alguns anos, fala português e mais seis idiomas. Jason mora em Gold Coast na Austrália mesmo e estava tirando uns dias de férias com o pai. Só homens. Ficamos amigos e na volta do nosso frustrante passeio ainda fomos jantar, eles alugaram um carro e dia seguinte nos aventuramos a achar uma reserva natural com uma grande cachoeira distante 1h30 de Airlie Beach. Com certeza tudo na vida compensa. Agora, quando chegarmos a Toronto esperamos encontrar o Dino novamente. Sensacional pessoa.
Do nosso curto tempo na Austrália eu estava indo embora com a sensação de que faltava uma coisa que considero importante e que sempre procuro ter contanto, com os animais típicos de cada região. Não tivemos tempo e nem boas condições climáticas para irmos ao zoológico ver koalas e tão pouco wallaby e cangurus, famosos personagens do país. Porém, aos 45 minutos do segundo tempo, quase na prorrogação, olhamos pela janela do shuttle que nos levava para o aeroporto e na chegada vimos inúmeros Wallabys que pareciam cangurus para nós, leigos,ao redor da pista que corriam para dentro da mata com a aproximação dos carros. Não tive dúvida. Fiz o check in, peguei a câmera e lá fomos nós atrás deles, na estrada. Eu precisava pelo menos de uma foto dos Wallabys para postar aqui! Valeu! Consegui algumas. Eles são fofos, mas considerados quase que uma praga.
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Nosso próximo destino: Auckland, Nova Zelândia!
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