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Bali foi nossa primeira parada na Indonésia. Viajando assim me dei conta que deveria voltar para a escola, ter brincado menos, estudado mais geografia e história. Meu Deus quanta coisa que não lembrava ou que nunca soube! Sempre que dá tempo (acreditem que muitas vezes não dá) antes de chegar aos países procuro fazer uma pesquisa rápida, não só sobre como ir e vir e as principais atrações turísticas, mas sobre a cultura e história de cada povo. Aqui na Indonésia foi assim, descobri que o país é um arquipélago formado por mais de 18 mil ilhas e é o país com a maior população islâmica do mundo! Porém, em Bali 95% da população é hinduísta misturado com o budismo, o que faz da ilha e do seu povo um encanto de beleza, segurança, receptividade e gentileza. Pra começar eles acreditam em “karma”, ou seja, de forma simplista tudo que fizemos volta para nós. Ou seja, ninguém faz mal a ninguém, pelo contrário, querem sempre ajudar.

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Não sei quando nem por que exatamente começamos a formar uma imagem de Bali como sendo paradisíaca com mar azul e areia branca. Preciso tirar essas expectativas aqui, porque não é bem assim. Quanto mais expectativas, mais frustrações, não é? Por isso melhor não esperar praias maravilhosas e férias atirada na areia da praia paradisíaca. Não aqui em Bali.

Claro, para os surfistas, Bali é a meca do Surf e mesmo não entendendo nada de ondas, deu para perceber o quanto eles são fissurados nas ondas de Uluwatu, Padang Padang, Secret Beach, Impossible, Bingin, Balangan, Dreamland etc…e aí sim as praias são fantásticas, uma paisagem de cinema, penhascos gigantes e as ondas quebrando nas pedras. Areia? Quando tem é pequena… Outras praias para o oeste da ilha tem faixa de areia maior sim, mas a areia é preta (Bali é uma ilha vulcânica)e a água por isso é escura e feia. Fiquei muito triste de ver que na Ásia em geral eles não estão nem um pouco preocupados com o meio ambiente, lixo, reciclagem etc… Muitas praias estão tomadas de lixo.

No sul, na região chamada de Bukit é onde ficam as praias do surf. Ao norte também não são bonitas, mas dá para ir para Lovina e sair de barco cedinho da manhã para ver os golfinhos. Ficamos num homestay bom e barato e foi ali que vimos pela primeira vez o banheiro do lado de fora do quarto, a céu aberto! banho vendo a lua e as estrelas! Ah! o banho também costuma ser frio nos hoteis mais baratos, por conta do calor que faz.

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Ao leste, existem praias mais bonitas e bons lugares de mergulho, como em Padangbai e de onde saem os ferrys para Lombok e para as Gilis. A praia realmente paradisíaca que encontramos em Bali foi Pandawa e Balangan (no sul) e White Beach (em Padangbai).

Para vocês terem uma ideia do que acontece ali, existem milhões de grandes hotéis e resorts em frente ao mar, no alto dos penhascos, e muitos deles cobram de quem não esta hospedado para que usufruam das instalações como bar, piscina e chuveiro. Como é difícil chegar na praia, a solução para quem não surfa é ficar nas piscinas infinitas com vistas magníficas. A praia de Karma Kandara é incrível, mas para chegar lá é preciso enfrentar muitos, muitos degraus a não ser que você pague 25 USD para o resort que tem o mesmo nome e desça de elevador e de quebra pode usar a piscina.

Bali está em uma área de 5.632 km2, tem 90Km de norte a sul e 140 km de leste a oeste. Parece pequena, mas não é. Terra de altos e baixos, montanhas, vulcões e praias, campos de arroz por todos os lados e ruas estreitas; os acessos não são fáceis. O trânsito é louco e cheio de motos. As ruas são na maioria estreitas, mas é tranquilo alugar uma scooter e sair para descobrir a ilha. Nosso roteiro foi sendo construído aos poucos e a previsão era de chuva (janeiro é época) então resolvemos chegar e ir direto para Ubud, a cidade mais encantadora de Bali, onde estão concentradas cultura, arte e espiritualidade, gastronomia, comércio, enfim, tudo de bom.

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A capital de Bali é Denpasar, uma cidade grandinha e caótica. Chegamos no aeroporto de Kuta e como era tarde, reservamos um hotel relativamente perto chamado Bali Contour simples, mas muito bom e barato para passarmos a noite. Acabamos ficando amigos do dono,Teddy, e sua esposa Patrícia. No dia seguinte rumamos para Ubud de taxi (6 USD arrumado pelo hotel)pois achávamos que a chuva chegaria, mas não chegou! Pelo contrário, um calor incrível com sol. Ficamos 4 dias em Ubud, no centro de Bali, no Ekas Homestay, muito bom também, lindinho, parecia um templo hindu e barato – 20 USD

Ubud, beleza cultural, mágica e mística
Em 1930 a centro cultural e artístico de Bali começou a se formar em Ubud com a chegada de pintores, escultores, músicos e artistas vindos da Europa. A partir daí tudo relacionado às artes está em Ubud que também pela sua localização geográfica mística é considerada a excência espiritual de Bali. Aqui está concentrado todo conhecimento e experiência da arte da Yoga, grandes centros de retiro e Yoga.
Passamos um pouco mais de 30 dias na Indonésia, em Bali mais de 15 e em Ubud cerca de 8. Conhecemos um pouco de cada estrada, restaurante, lojinha, galeria.

Opções não faltam como templos, mercado central de artesanato, shows de dança típica, spas e retiros para o corpo e para a alma, além de escolas de Yoga como a Yoga Barn onde fiz a melhor aula de meditação da vida num lugar inacreditavelmente energético de muita paz e cercado de pessoas em sintonia com a natureza que o local também proporciona. Ficamos primeiro 4 dias e antes de ir embora reservei mais 4 só para cuidar da alma, descansar, fazer Yoga, cuidar do cabelo, fazer massagem, enfim, quase um ano na estrada eu merecia uns dias naquele paraíso espiritual.

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Alguns links e lugares que recomendamos na cidade:

Ubud Body Works Centre é um centro espiritual que oferece diversos tipos de tratamentos, retiro, massagem, tantra Yoga e etc..

Yoga Barn é um centro de saúde e bem estar com tratamentos de terapia Ayurveda, centro holístico, naturopatia, acupuntura, shiatsu e Yoga.

Bali Spirit Festival é um dos 5 maiores celebrações anuais de yoga, dança e música com workshops do mundo.

• Restaurantes Japonês: somos viciados e descobrimos o Minami que é categoria top, carinho e muito, muito bom. Para um jantar especial. O dono é americano e tem mais de 7 restaurantes nos EUA e dois em Bali.

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Toro Sushi Café (Dewi Sita St.) é pequeno, simples e muito gostoso. Feito por um balinês que aprendeu a fazer sushi nos EUA. Custo benefício ótimo!

Secret Monkey Forest Sanctuary é uma floresta no meio da cidade tomada por macacos ladrões sacanas e divertidos. Eles estão livres e a espera dos turistas para ganhar comida ou roubá-las a todo custo. O passeio é legal, mas deve-se ter cuidado com bolsas, brincos, óculos e não levar comida. Eles roubam mesmo. Algumas mordidas podem acontecer se você não cuidar e é perigoso por causa da raiva. Não deixe de ir, mas tome as medidas necessárias.

Alí tem um cemitério e presenciamos a cerimônia de cremação de um senhor. Um tanto quanto chocante para nós, mas para eles normal e festiva. Para os que seguem a filosofia hindu, os mortos não são enterrados, são cremados porque acreditam em reencarnação e a alma se liberta após a cremação. A cerimônia pode ser pública ou privada, mas costuma ser muito cara. Os mortos não podem ser cremados em qualquer dia, é preciso esperar a data e o ano propício e por isso são enterrados até que a data chegue. Os criminosos, por exemplo, como forma de punição, não são cremados, são enterrados.

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Filosofia Balinesa
Depois de algum tempo alí e lendo sobre a cultura e religião local entendi que eles tem uma estrutura de organização familiar interessante e que o hinduísmo segue alguns princípios mais interessantes ainda. A mulher só sai da casa dos pais para a casa do marido e a separação não é bem recebida. Uma família inteira mora no mesmo terreno, um complexo que mais parece um templo hindu que costuma ser grande, com várias casas construídas em um formato que segue o conceito do hinduísmo chamado de Tri Mandala, formado por três áreas: a Nista, Mandala e Utama. A primeira representa a parte suja (cozinha, banheiros), outra é a neutra, central; e a última é a principal, ao norte. Todas têm um templo próprio e são cercadas por um muro de tijolos e uma porta principal.

Antes de conhecer essa estrutura, todas as casas pareciam somente templos, que são simples, com figuras esculpidas em pedras na entrada e que representam deuses.
Me encantei com a cultura e religião Balinesa. As ruas tem cheiro a perfume, incensos deliciosos das oferendas que estão por todas as casas, muros e ruas, discretas, feitas em folha de palmeira, com flores, bolinhas de arroz e incenso. Todos os dias as mulheres preparam as oferendas e colocam em lugares estratégicos.

De acordo com a filosofia hindu balinesa, paz e liberdade só são obtidas quando os três “princípios” do relacionamento harmonioso são seguidos e respeitados:

• Os deuses abençoaram a vida criando a natureza e tudo que nela está.

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• A natureza oferece alimento, sustento para todas as necessidades e atividades humanas.

• Os seres humanos tem a obrigação de estabelecer uma estrutura tradicional de moradia, construir templos, realizar cerimônias, fazer oferendas diárias, preservar a natureza e resolver os problemas em conjunto.

Outra curiosidade é que os bebês não podem pisar o chão antes dos seis meses de idade, porque são considerados sagrados. Após essa época uma cerimônia é realizada na comunidade para que a criança toque o chão pela primeira vez e então se torne humano.

O início do ano Hindu é celebrado em março com uma celebração curiosa chamada Nyepi. Na noite anterior a comunidade queima imagens e bonecos que representam espíritos do mal que foram construídos nos meses anteriores e nas horas seguintes, Nyepi, representa um dia de silêncio e meditação. Ninguém sai, nada funciona e nem mesmo as luzes são acesas. Eles acreditam que os espíritos do mal estão circulando pela cidade e ao verem que ela foi “abandoanda”, vão embora deixando a ilha em paz por mais um ano. Não é fascinante? As pessoas que nao seguem o hinduísmo não acham muito interessante e costumam deixar a ilha nessa época porque é ipossível fazer qualquer coisa.

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O paraíso das pratas
Agora escrevendo aqui me dou conta da quantidade de coisas que fizemos nesses dias que mais parecem dois meses. Alugamos uma scooter e zanzamos. Descobrimos a cidadezinha de Celuk, pertinho de Ubud que é conhecida como a cidade da prata. Ou seja, um paraíso feito só de casinhas que são fábricas de prata com preços inacreditáveis. Não resisti e comprei umas pratas de presente e pra vender quando chegar!! Vou precisar de din din, né?
Tem que circular, andar de uma a uma, negociar muito. O que acontece é que se você for guiado por algum balinês, ele vai ganhar comissão que pode ser até de 60%. Muita gente vai lá para fazer “business”, comprar em grande quantidade e por isso os preços chegam a ter desconto de até 60%. O máximo que consegui foi 50%, chorando bastante e com jeitinho. Sou boa negociadora, aprendi com meu pai!

Fui a Celuk duas vezes, uma para ficar louca e a segunda, aluguei uma moto sozinha, peguei a estrada e fiquei mais de 4 horas de loja em loja negociando e conhecendo. Aqui estão alguns lugares que fui e que consegui preços bons: Intan Bali, Asmana Silver (Jl Raya Celuc), Yani Silver e Bali Estetic Design.

Atrações
Bali tem uma infinidade de campos e terraços de arroz, palmeiras por todos os lados e um verde que eu não me lembro de ter visto igual nem no Brasil e nem em nenhum outro lugar. Se você não se animar a alugar uma moto e andar sozinha, nem quiser pagar para um motorista te levar de carro (muito comum), existem milhões de empresas turísticas e passeios disponíveis para todos os cantos da ilha. Esse é um passeio de bike que se pode fazer pela região de Ubud para percorrer os terraços de arroz e se deliciar com a paisagem. Aqui estão outros sites de agências que oferecem tudo que é tipo de passeio. Vale a pena dar uma olha nas atrações que Bali oferece.

www.amazingbalitours.com
www.bluestarbaliholiday.com
www.baliadventuretours.com

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Vai ser impossível não perceber, mas não custa comentar sobre o trabalho e perfeição que os balinesnes tem ao esculpir madeira. Portas e esculturas fazem parte dos templos, das casas, das galerias de arte, dos restaurantes e são apaixonantemente lindas. Parei numa fábrica de portas ao redor de Kuta para perguntar quanto custava: cerca de mil dólares podendo ser negociada em até 30%. Eles mandam por navio para qualquer lugar do mundo por uns 400 dólares mais. Hummm quantas ideias!!!

Culinária e língua
Falar Bahasa Indonésio é praticamente impossível, parece não fazer sentido algum, mas depois de um mês deu para aprender a dizer “obrigada” e “bom dia”! Terima kasih! Selamat pagi!

Confesso que depois desse tempo enjoei um pouco da comida, mas é bem saborosa e não muito apimentada como na Tailândia e pode ser muito barata, cerca de 2 a 3 USD por prato. Um dos pratos típicos é o Nasi Goreng ou o Mie Goreng Ayam. Arroz frito com galinha e ovo frito e noodles com galinha e ovo frito. Vou voltar sem poder ver frango na frente! Os indonésios comem o Nasi Goreng de café da manhã! Outro prato típico e o preferido do Seba é o Chicken Satay, com molho de amendoim e pimenta, um pouco doce. Delicioso quando bem feito.

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Depois de Ubud fomos para o sul da ilha conhecer a meca do surf, a região de Pecatu e ficamos na praia de Binging. Passamos por Uluwatu, visitamos o templo que tem uma vista linda do mar e um pôr do sol que vale a pena, Padang Padang, Binging, e todas aquelas praias que citei ali em cima.

Fizemos tudo em dois dias e o corpo depois de passar tantas horas em cima de uma moto tava pedindo descanso. Valeu a pena. Vissitamos também o templo que fica na beira do mar chamado Tannah Lot.Para se localizar nas estradas a melhor coisa é pegar o google maps ou pegar um local para te dizer onde fica cada uma e mesmo assim prepare-se para se perder. A gente ia parando e perguntando para os locais, no sinaleiro, nas casas.

Em Nusa Dua tem uma praia razoável e um complexo de praia bem interessante. Não tão ao sul, Sanur é uma região bacana também com uma praia boa, um centrinho agitado e bons restaurantes, assim como Kuta, a parte festiva de Bali.

De lá, partimos de shuttle bus para Padangbai onde ficamos duas noites para então pegar o ferry para Gili Air! Lá também alugamos um moto que custava 5 dólares a diária e fomos circular pela região. Fomos num vilarejo para ver as mulheres fazendo Ikat, uma técnica de tingimento de tecido e os sarongs no tear. Os sarongs são usados por homens e mulheres, obrigatoriamente nos templos e em cerimônias especiais, mas muitos usam no dia a dia. Seba virou fã do sarong, comprou um e usava bastante.

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Nosso próximo destino: Gili Air!

Venha com a gente nessa viagem: raphaeseba@gmail.com e acesse Facebook

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