| Foto:
CARREGANDO :)

Não é nosso costume durante a viagem contratar guias ou pacotes de turismo. Porém, na Turquia foi diferente. Resolvemos passar numas das 20 mil agências de turismo que existem pelo bairro de Sultanahmed onde ficamos e perguntar o preço da passagem do ônibus para Capadócia, horários além de nos informar sobre a possibilidade de irmos de lá direto para a Grécia, sem ter que voltar para Istambul (a ideia inicial). Vimos que era viável e a melhor opção ir para Capadócia de ônibus – 10 horas de viagem num ônibus bom e praticamente direto, e depois Pamukkale e Ephesus, no caminho para a costa perto da ilha grega de Samos. O preço oferecido para tudo – translado, ônibus, hotel, almoço, tours e guias, foi praticamente o que íamos gastar se fizéssemos por conta, sem o stress de ter que decidir onde ficar, escolher o que fazer, alugar moto e entender sozinhos o que se passa em cada porta de baixo das pedras.

That´s it! Fechamos o pacote e pelos próximos 6 dias não precisamos mais nos preocupar com nada, apenas acordar no horário combinado e esperar o tour. A dica aqui para quem quer ir de Istambul para a Capadócia é comprar a passagem direto nessas agências, elas oferecem translado até a rodoviária e o preço não muda praticamente nada. A viagem é tranquila, mas os ônibus não têm banheiro. Ele faz algumas paradas e o desaforo é ter que pagar para usar o WC em todas elas!

Publicidade

Capadócia
O nome “Capadócia” vem dos Persas e significa “terra de belos cavalos”. O local não é na verdade uma cidade, mas uma região composta por 5 cidades, totalizando 5 milhões de habitantes.

A Capadócia é mundialmente famosa e destino certo de turistas do mundo todo por causa da sua formação geológica única (tufo calcário) e seu rico patrimônio histórico e cultural, que depois de sofrer com três grandes vulcões, teve a região transformada: a lava virou pedra e com a erosão, chuvas e ventos durante milhões de anos, a natureza criou uma formação rochosa única, com cavernas naturais e outras esculpidas pelo homem.
Tive que perguntar pelo menos duas vezes para a guia como é possível que o vento tenha desenhado todas as rochas do mesmo jeito, com o formato de chaminé. E realmente é. Segundo ela, a região fica num declive e o vento faz sempre o mesmo movimento, moldando as pedras. Maravilhas da natureza.

Onde ir
Passamos o dia visitando o “Open Air Museum”, uma cidade construída nas pedras, com igrejas bizantinas, monastérios, quartos, cozinhas e salas, castelos, vales e cidades subterrâneas datados dos séculos 11 e 12. Fomos ainda ver de perto como vive uma família dentro das rochas. Luz elétrica, máquina de lavar louça, televisão, um tear e muitos tapetes de herança familiar. Aliás, a tapeçaria é uma arte passada de geração para geração e segundo a tradição, as mulheres que sabem fazer tapetes já estão aptas a casar.

Publicidade

A Capadócia tem algumas cidades subterrâneas construídas para defesa da população, pois pela sua localização estratégica entre as rotas comerciais durante vários séculos, era alvo de rotineiras invasões. Não se sabe ao certo em que ano foram construídas, mas acredita-se que sejam da época das invasões árabes nos séculos 7 e 8 e que foram abertas ao público em 1974. Elas possuem 7-8 andares e abrigavam de 15 a 20 mil pessoas durante 2 meses. Essa visita é imperdível.

Tapetes mágicos
Entre uma visita e outra, passamos em uma espécie de cooperativa de tapetes para vermos como os famosos e tradicionais tapetes turcos são produzidos. Fiquei realmente impressionada de ver a técnica e a prática das mulheres de todas as idades ao colocar nó por nó de fio de seda ou lã no tear. Agora entendo porque alguns tapetes custam verdadeiras fortunas. Uma obra de arte valiosíssima.

Dicas: é possível fazer um passeio de balão pela Capadócia que dura em torno de 1h e custa cerca de 130 euros, claro que negociável. Caso você não queria contratar um guia, é possível alugar motinhos que te levam para todos os cantos e não são caras. A região é pequena e dá para conhecer o mais importante em um ou dois dias.

Publicidade

Pamukkale
Depois de dois dias na Capadócia, partimos para mais 10 horas de viagem de ônibus para Pamukkale, que significa “Castelo de algodão”. Imagino que o nome seja por causa da paisagem de montanhas brancas formadas por travertines de calcário, das águas quentes que brotam da terra (260 litros por segundo). A cidade é famosa por suas águas termais de 34oC e pelas ruínas greco-romanas e bizantias da antiga capital Hierápolis. Passamos algumas horas lá e não gostamos muito. As piscinas naturais formadas pelas águas termais são interessantes, mas nada extraordinário que precise ser visto, nossa opinião.

Ephesus
Depois de uma leve decepção em Pamukkale, Ephesus foi uma ótima surpresa. A cidade é considerada patrimônio histórico e cultural da humanidade pelo seu sítio arqueológico e a cidade greco-romana melhor conservada do mediterrâneo. Ephesus foi, durante o império romano, a segunda maior cidade, com 250 mil habitantes no século I a. C.
Em Ephesus, segundo os historiadores, existiu um dos maiores teatros do mundo com capacidade para 25 mil expectadores. Ao caminhar pelas ruínas da cidade é possível vê-lo – está muito bem conservado, além da magnífica Biblioteca de Celso, 85% original. Vale a pena também visitar o Museu Arqueológico da cidade, repleto de artefatos, estátuas e tesouros encontrados na cidade greco-romana.

Publicidade

A casa da Virgem
Diz a lenda que Virgem Maria, após a morte de Jesus e ao final se de sua vida(37.d.C), veio acompanhada de São João morar na cidade. A casa onde ela teria morado é aberta a visitação. Já estiveram no local, em 1967, o Papa Paulo VI; em 1979, o Papa João Paulo II e em 2006, o Papa Benedicto XVI. Adorei ter estado lá e recomendo!
Dica: Dormimos em Kusadasi duas noites, cidade portuária que fica pertinho de Ephesus e é um charme. De lá partimos para Ilha de Samos (Grécia), distante 1h50 de ferry.

********************
Nosso próximo destino: Grécia!
Venha com a gente nessa viagem: raphaeseba@gmail.com e acesse Facebook