Eu não esperava nada de Cingapura e por isso também minha impressão em apenas dois dias na cidade-estado de apenas 697km2 foi muito boa. Cingapura é diferente, é bonita, é moderna, é rica, é uma cidade jardim praticamente impecável.
No avião de Bangcoc para lá li algumas reportagens sobre Cingapura e assim que descobri que o país foi construído para ser perfeito e exige que seus moradores sejam também, ou quase. Eles morrem de medo do “Ministro Mentor”, seu criador, que, por exemplo, proíbe a venda de chicletes sob pena de cadeia para evitar que se danifiquem e sujem a cidade. Por aí dá para se ter uma ideia de como as leis são duras, rígidas e são seguidas por todos. Essa ilhota foi colônia da Grã-Bretanha até 1963, tem 3,7 milhões de habitantes com uma renda per capita parecida a muitos países europeus e 90% dos lares são casa própria. O sistema de transporte público é perfeito, as ruas são largas e parecem tapetes, o trânsito é organizado, os jardins impecáveis, arranha-céus gigantes, shoppings por todos os lados, nenhum papel no chão, violência e corrupção zero. Tráfico de drogas? Pena de morte. E mais, tensões religiosas e raciais não são permitidas. Não parece uma cidade-sonho? Não mais quando você olha o preço da cerveja e de uma taça de vinho nos restaurantes e bares: em torno de 7 e 12 USD, respectivamente.
O hostel mais barato para dividir quarto entre 6 pessoas saiu 25 USD por pessoa. Aliás, um hostel muito bom, bem localizado chamado Tree Lodge. Além do mais são viciados em trabalho e as crianças, desde os 10 anos de idade são vigiadas e treinadas para serem os melhores. Nível de competitividade mais que elevado.
Parece que tudo aqui é “fake”, meio falso, artificial, construído, controlado, mas funciona, é agradável, prazeroso e as pessoas têm qualidade de vida. Lendo uma matéria da National Geographic sobre isso, o autor levantou uma questão que realmente me fez pensar: os cingapurianos não têm todos os direitos e são livres; nós temos todos os direitos e não somos livres. A violência e a insegurança nos impede de viver nossos direitos. De que serve então? Quem sabe se tivéssemos a oportunidade de nascer de novo num Brasil severo nas leis e o brasileiro tivesse medo, não dos bandidos traficantes, mas das punições, teríamos menos direitos e mais liberdade? Segundo LKY, o “Mentor”, “o homem pode ser aperfeiçoado” e assim ele se baseou, restringe os direitos de cada um, mas em contrapartida oferece prosperidade, segurança, saúde e dinheiro no bolso. Não sei, mas vale a reflexão.
De qualquer forma, “fake” ou não, Cingapura tem muita coisa pra fazer, uma miscelânea de etnias, luzes, cores, som, sabores e atrações. Dois dias foi pouco, mas o suficiente para ficar de boca aberta e ansiosa para ver e fazer tudo. Claro que não deu. Nossa energia não anda lá essas cosias. De uma relação de atrações que o funcionário do hostel nos deu, escolhemos algumas como caminhar pelo “Little India”, um pedacinho da Índia em Cingapura. O bairro tem cheiro de incenso (ADORO), muito ouro, e o Naan, pão indiano que aprendi a comer na África e que sou doente por ele. Garlic Naan, anotem!! Depois caminhamos à noite pela Rua Árabe, cheia de casinhas coloridas, lojas e restaurantes típicos, mesquitas, o Palácio Real e um restaurante chamado Zam Zam onde comemos um delicioso Murtabak, uma espécie de calzone (ou panqueca) que pode ser de carne ou frango com ovo delicioso. Fomos lá duas vezes em dois dias. Gostamos será?
Logo que chegamos fomos caminhando até a Marina Bay ( antigamente era uma vila de pescador que foi transformada num waterfront suntuoso) , passamos pelo calçadão e vimos um show de música e laser lindo sob as águas com aquele famoso hotel em forma de navio gigante com a piscina infinita também famosa ao fundo. Só para ter uma ideia, o hotel 6 estrelas do complexo Marina Bay Sands tem três torres monstruosas e uma piscina a 200 metros de altura e 150 m de comprimento. Quem não está hospedado no hotel não tem acesso, mas é possível chegar no topo pagando 30 USD e curtir a vista no Sky Bar. O Complexo é formado também por um centro de convenções, teatro, shopping e cassino. A coisa é grande mesmo. O show de luzes acontece todos os dias em dois horários, de domingo a quinta – 20h e 21h30, e sexta e sábado às 20h, 21h30 e 23h com duração de 13 minutos.
Na mesma região está a Singapore Flyer, a maior roda gigante do mundo (dizem…) com 165 metros de altura e nos fundos do hotel está o Gardens by the Bay um jardim botânico recém construído com 101 hectares, 23 mil plantas de todos os continentes, 18 grandes árvores que recolhem água da chuva, centros de estudo… uma infinidade de coisas. O lado triste desse jardim bonito é que o governo destruíu a área verde que tinha ali para construir um jardim. Faz sentindo?
Tirando essas coisas que não são nada legais e estão nos bastidores, tudo aqui é harmonioso e agradável (e caro também) então, vou fazer uma relação de algumas atrações e cada um escolhe o que mais convier!
• ArtSccience Museum – um museu que tem o formato de uma flor de lótus que fica na Marina Bay.
• The Original Singapore Walks – um grupo que organiza tours a pé pelos pontos turísticos. Você escolhe qual roteiro quer fazer.
• Orchad Road – a rua onde os shoppings estão concentrados
• Singapore National Museum
• Singapore Art Museum
• Sentosa – Uma ilha construída para ser o centro de lazer com praia, resorts, cinema, shoppings e até uma Universal Studios.
Deixo aqui o site do sistema de transporte público de Cingapura que é sempre útil num planejamento e como em toda grande cidade o Tourist Pass que para quem tem mais dias se locomovendo por aqui vale a pena.
******************** Nosso próximo destino: Indonésia e Austrália!
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