Considerada por muitos veículos especializados em viagens e turismo uma das melhores e mais fantástica viagem de carro, a Pacific Highway faz por merecer. É sem dúvida uma das paisagens de estrada mais incríveis que vimos.
Saímos de Seattle em direção a San Francisco com destino final em San Diego. Voltamos dessa vez em 4 dias pela costa do pacífico. Encontramos o mar na altura de New Port e então descemos. A estrada é linda, sem movimento, onde a atração principal são as dunas, em certo momento, e as sequoias, as coníferas mais altas que existem podendo atingir 115m e 11m de diâmetro. São majestosas e impressionantes. A floresta de sequoias chega a fechar a estrada formando um túnel cinematográfico.
Dormimos uma noite em Florence, uma em San Francisco e então começamos o esperado trajeto da Pacific Highway, a rota cênica, que já começa em Santa Cruz e termina em Santa Mônica (198 km). É a melhor maneira de fazer San Francisco a Los Angeles. O percurso pode durar até 5 horas. Nós fizemos até mais que isso.
Quando você chegar a Monterey vai começar a perceber as maravilhas que te esperam. Vale andar pela cidade, fazer um Whale Watch, caminhar pela Cannery Road (lugar de antigas fábricas de sardinhas), visitar o aquário que fica por ali e quem sabe almoçar num dos restaurantes ali do waterfront. Se não, desça para Carmel, um encanto de cidade.
Minha mãe, desde que me conheço por gente, fala que quer conhecer, que Carmel é isso, Carmel é aquilo. Claro que tive que conferir. Não é que ela tem razão? “Carmel By The Sea” é pitoresca, parece uma cidade de brinquedo, tipo “casa da barbie?” Seus fundadores brigaram para manter o local pequeno e místico; e conseguiram.
A área residencial não tem calçadas, as ruas não têm iluminação e as casas são conhecidas pelo nome. O cenário parece ter saído do filme mais romântico de Hollywood. Calma, sem muita gente, apenas a brisa do mar e alguns cinquentões correndo ao redor dos canteiros recheados de flores que costeiam o mar. A cidade é reduto de artistas, escritores e atores que fazem de Carmel o seu retiro intelectual. Por curiosidade, Clint Eastwood já foi prefeito da cidade.
Não dormimos em Carmel porque o preço dos hotéis é salgado. Voltamos um pouquinho e dormimos em Monterey, 5 minutos dali. Dia seguinte começamos então a descida oficial pela Hwy1.
De Carmel vá parando sempre que tiver vontade, não é tempo perdido, faz bem pra alma!. Você vai passar por Point Lobos – uma reserva, protegida, e por isso os carros devem pagar algo em torno de 10 dólares para cruzar (nós não tínhamos cash e não pudemos entrar). Lá, como o nome diz, têm muitos leões marinhos e focas e mais de 250 espécies de pássaros e mamíferos.
Mais para frente passamos pelo Big Sur, Hearst Castle, (onde tem o castelo do milionário da comunicação William Hearst) Morro Bay, San Luis Obispo… E a cada curva da estrada a paisagem se torna ainda mais exuberante e os suspiros vão aparecendo com mais frequência.
Quase não dá para saber o que é o que na estrada. Algumas placas avisam alguns locais de paradas, nome das reservas, mas não é muito fácil identificar. E também não precisa. O importante é curtir cada momento, cada mirante, cada paisagem. Numa das nossas paradas pudemos olhar para o precipício abaixo e ouvir o barulho ensurdecedor que um aglomerado de elefantes marinhos fazia.
Por falar nisso, depois de muitas horas de estradas e paisagens cinematográficas, chegamos numa cena inusitada. Uma praia forrada mesmo (não é maneira de falar) de elefantes marinhos. A população da região de Piedras Blancas pode chegar a 17 mil mamíferos, de janeiro a maio, e reduz para algumas centenas de julho a agosto.
Ficamos quase uma hora observando seu comportamento e conversando com uma pesquisadora que estava ali para ensinar um pouco sobre os elefantes marinhos aos visitantes. Segundo ela os machos crescem até 5 mil libras(2 toneladas e meia) e 16 pés de comprimento(5 metros). Eles podem ficar até 8 meses sem tocar em terra firme e a média de tempo de mergulho é de 20 a 30 minutos. O record é mais de 2 horas.
Já as fêmeas crescem ate 12 pés (3,7 metros) e pesam 500 pounds (226,5 kg). Ela perde 40% do seu peso quando dá a luz, numa média de 34 dias. Elas alimentam seus filhotes até voltar para a água. Podem mergulhar até 2000 pés (610m). O record é 5.700 pés (1.737m). Elas precisam, entre os mergulhos, menos que três minutos para se reoxigenar. Em março os bebês passam semanas aprendendo a nadar e a mergulhar e então partem para a imigração solitária – com 3,5 meses de idade.
Depois dessa aula toda seguimos viagem até Los Angeles. Passamos por Santa Bárbara, “The American Riviera”, cidadezinha aconchegante fundada em 1782 por espanhóis e a arquitetura da cidade não deixa mentir, e na sequência fomos conhecer Malibu – que quase não vimos porque a noite estava chegando. Durante alguns quilômetros não conseguimos ver a praia, o mar, porque as imponentes mansões tapam a visão e praticamente fecham o acesso. As casas ali não ficam de frente para o mar, ficam EM CIMA do mar, literalmente.
Fomos dormir em Los Angeles porque o cansaço era grande e lá era mais barato que ficar em Santa Bárbara. De lá fomos passar mais uns dias em San Diego até pegarmos o voo para Nova Iorque!
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Nosso próximo destino: Nova Iorque!
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