Não é a toa que um dos meus sonhos era conhecer a Grécia. Por tudo que lia, pelas fotos que via, a Grécia superou e muito minhas expectativas. Tirando o impacto de chegar na Europa e começar a gastar em euro, nossos 12 dias aqui foram sensacionais. Os gregos têm personalidade forte, o país tem. Impossível passar em branco.
Saímos da Turquia, de Ephesus, de ferry direto para a Ilha de Samos. A ideia era fazer apenas um pit stop rápido e seguir viagem para Mikonos, Santorini e Atenas. Mas, os imprevistos acontecem e como era sexta-feira e feriado nacional, os ferrys entre uma ilha e outra só voltaria a funcionar na outra segunda-feira.
Literalmente estávamos ilhados. Juro que me bateu um certo desespero porque a passagem para Roma já estava marcada, comprada, não tínhamos muito tempo e eu precisava realizar meu sonho de conhecer Mikonos e Santorini. Não teve jeito, avião de Samos para Mikonos saía muito caro e a solução foi relaxar e aproveitar para conhecer Samos, pagar a multa e remarcar a passagem para Roma.
Já na chegada a Samos, saímos do porto perdidos como cegos em tiroteio e caímos numa agência de viagem que fica em frente. Foi lá que conhecemos Petros, um ser humano SENSACIONAL que nos acolheu e nos deu todas as dicas que precisávamos para passar, e bem, nossa temporada, não só em Samos, mas em toda Grécia. Deixamos as mochilas na agência enquanto fomos resolver a vida. Hotel escolhido, barriga cheia(recomendamos o restaurante indicado por Petros chamado Zen que fica na mesma rua da agência), passagem trocada, moto alugada e agora é só curtir! Sim, essa é uma dica valiosa. A melhor opção aqui nas ilhas da Grécia é alugar uma moto, uma scooter ou um quadricículo. Barato, cerca de 15 euros a diária e te dá liberdade de ir e vir, fácil de estacionar e com segurança. No entanto, para alugar uma scooter é preciso ter carteira habilitada para moto (não precisa ser a carteira de motorista internacional). Como nós não tínhamos, alugamos um quadricículo que fez a vez. Passamos 2 dias percorrendo a ilha e aproveitando a praia. Samos em si não tem muita coisa, a comida é boa, o vinho local é barato e muito bom (para meu modesto paladar) e as praias são bonitas, porém a água é gelada e areia não existe, é pedra mesmo e são enormes!
Ferrys
O transporte entre as milhares de ilhas da Grécia pode ser de avião (muitas tem aeroporto) ou de ferry. A opção mais em conta é o ferry que não são “balsas” como temos no Brasil, são verdadeiros navios que transportam de tudo. Os ferrys costumam ter diversos horários e categorias e dependendo do trajeto e do modelo, podem ser de alta velocidade ou não. Nós pagamos nos ferrys que pegamos 9, 38 e 52 euros. Quando a viagem é noturna, como a que fizemos de Santorini para Atenas (duração de 9 horas) é possível pagar mais e dormir em cabines. Não foi nosso caso, estendi uma canga no corredor, minha mochila na cabeça e dormimos ali mesmo, como a maioria faz.
*A Blue Star Ferrys é uma das empresas que fazem as rotas entre as ilhas.
Mikonos – como viemos ao mundo!
Que sonho de lugar! Muitas vezes crescemos olhando fotos, documentários e filmes sobre os lugares e quando chegamos lá para conhecer, não é nada daquilo. Mas em Mikonos não é assim. Tudo que eu imaginava estava lá. As casinhas brancas com janelas azuis e vermelhas, ruas estreitas, povo alegre e bonito e praias lindíssimas (de água gelada!). A ilha é badalada, sinônimo de festa e diversão e local preferido dos homossexuais. Bares e restaurantes chiquérrimos, hotéis de alto padrão, lojas de marca e joalherias que ocupam espaço nas casinhas brancas de janelas azuis se esparramam pelo centro da cidade até a costa convidando para um drink ao pôr do sol. O mercado de luxo aqui é forte!
Onde ficar:
Como costumamos fazer para buscar onde dormir, achamos num desses sites de busca de hotéis, (Hostel World, Hostlling International, hoteis.com ou booking.com) o Akrotiraki(em Magali Amos), que parecia bom, por 17 euros a diária(em promoção), para os dois, com café da manhã. Quase inacreditável, muito bem localizado, a 5 minutos do centro, de frente para o mar.
Outra opção para quem quer ficar mais perto das praias badaladas, mas longe do centro, é o hotel Paradise Beach Resort que tem camping e cabanas por 10 euros por pessoa e fica em frente à praia chamada de Paradise. O hotel oferece um verdadeiro Club com diversos restaurantes, lounges, cadeiras, música e festa, dia e noite, aberto ao público.
Nú com a mão no bolso!
Outra praia badalada é a Super Paradise, bem parecida com a Paradise, com sol, mar, festa todos os dias a partir das 16h, diversos bares, cadeiras e tudo mais que você imaginar e não imaginar! Digo isso porque foi a primeira praia que fomos e logo de cara, ao estender a canga na areia (uma areia de pedrinhas pequenas) imaginem o meu susto ao olhar diversos “senhores”, totalmente nus, como vieram ao mundo, tomando sol e conversando, imagino que como numa praia de nudismo (que nunca estive)??? Meus olhos percorreram o local discretamente e foi então que percebi algumas mulheres de top less e outras, em menor número e mais velhas, também nuas. E detalhe, todos convivendo naturalmente, uns vestidos, outros semi-vestidos e outros nus completamente no meio de locais e turistas.
Era engraçadíssimo reparar no susto dos recém-chegados turistas desprevenidos como eu ao ver os peladões gregos.
Petros, nossos amigo da agência de Samos já havia nos dito que na Mikonos tudo é possível e que o nu não é tabu. É possível tirar a roupa no meio da rua sem que ninguém olhe e se impressione. Confesso que tivemos algumas “visões do inferno” (rs) mas me senti um bicho do mato. Liberdade pra dentro da cabeça, já!!
O sonho de Santorini
Bom, difícil dizer quais das duas ilhas, entre Mikonos e Santorini, eu gostei mais. Mikonos é sinônimo de luxo, praia e festa; Santorini é charmosa com o pôr-do-sol mais lindo que eu já vi na vida. Ilha dos meus sonhos, sem tirar em pôr.
Santorini impressiona já na chegada. Do ferry era possível ver a cidade construída no alto das rochas vulcânicas. Cerca de 3.600 anos atrás, um vulcão destroçou o local que originou a região com a forma que tem hoje. Ilhas em volta de uma caldeira submersa. Paisagem de filme de perder a respiração.
A Grécia em geral não é barata e comer pode ser uma fortuna para nós Brasileiros. Porém, dormir não é necessariamente caro. Tivemos sorte, talvez, mas encontramos lugares com um custo benefício muito bom, simples e bem localizados. Em Santorini ficamos em Fira, no hotel chamado Villa Toula. Fira é a região da ilha que recomendamos ficar para quem não quer gastar muito e ao mesmo tempo estar perto de tudo.
O famoso pôr do sol fica em Oia, distante uns 25 minutos de Fira, mas lá os hotéis são de conto de fadas e caros, bem caros. A dica da moto que alugamos em Samos serve também para Mikonos e Santorini, barato e fácil. Ônibus funciona bem e não é caro, mas os horários são limitados e taxi é caro, em comparação com a diária da moto.
Passamos 3 dias, duas noites encantadoras na ilha que foram ideais, mas não suficientes. Passaria uma semana ali recebendo a energia daquele lugar.
A grande dica aqui é: não deixe de contemplar, se possível todos os dias, o pôr do sol em Oia, sente num restaurante ou bar bem localizado, tome um bom vinho e se deixe emocionar! Depois vá jantar num dos milhares restaurantes que existem na região e muitos com vistas sensacionais da cratera. Vale também descer as escadarias de Oia para comer um peixe fresco, escolhido na hora, no restaurante Cathina.
Durante os dias, com o quadricículo que alugamos por 15 euros percorremos a ilha toda, passamos por Pirgos, Kamari,Profiti Llia, Perissa e Akrotiri. Em Akrotiri fica a Red Beach, praia de areia vermelha com pedras vulcânicas. Em Perissa existem várias praias bonitas também, mas a areia é mais escura. No último dia, descemos as escadarias de Fira até o porto velho e pegamos um barco para um passeio pela cratera, uma visita ao centro do vulcão, um banho rápido em águas termais e enfim, o por do sol no barco, em meio à cratera.
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Nosso próximo destino: Atenas!
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