Quem pensa em tirar férias ou casar e passar a lua de mel na Tânzania? Posso estar enganada, mas pelo menos no Brasil não é um lugar muito escolhido, mas deveria. Zanzibar é uma ilha paradisíaca da Tanzânia, com cerca de 1,5 milhões de habitantes, maioria muçulmanos, e distante 1h50min de ferry (a passagem simples e ideal custa 35,00 USD e tem 4 horários) de Dar es Salaam. A arquitetura da ilha encanta, pois tem forte influência árabe, indiana, europeia e africana.
O grande detalhe das construções são as portas talhadas de madeira de estilo indiano, as vezes mais antigas que as construções. O curioso é reparar que em todas as portas há cones de ferro que eram usados para proteger as portas dos elefantes (na Índia, lógico).
Ao chegar a Stone Town, que é a alma de Zanzibar, onde estão os mercados, lojas, museus e restaurantes , pensamos que nunca mais iríamos ver nossas mochilas tamanha a bagunça ao descer do ferry – nada de comprovante de bagagens, nome, número, nada. Bagagem na mão, tudo certo. Ficamos duas noites no centro para conhecer, caminhar, sentir a cidade, as pessoas, o clima e então podermos decidir o que faríamos e para qual praia iríamos (sinto que essa frase vai ser constante nos posts).
O primeiro hotel era uma verdadeira espelunca de filme de terror (rs) barato, mas terrível (na minha opinião, é claro). Na segunda noite mudamos para um hotel chamado Zenji, 10USD mais caro, mas bem melhor, limpo, com ar condicionado (o calor pega o ano todo) e parecia que com menos mosquitos (continuamos tendo que tomar banho de repelente para evitar a malária).
Tudo ali em Stone Town se faz a pé. Nessa época do ano, outono e baixa temporada, chove bastante, mas são tempestades passageiras e logo o sol aparece novamente. Vale levar um guarda chuva e botas próprias para rally no barro.
Fomos conhecer o mercado central da ilha onde o comércio de carnes, frutas, legumes, peixes, cosméticos, cangas, eletrônicos e temperos ferve, todos os dias. É um desafio caminhar pelo mercado e depois comer frutos do mar, por exemplo. Definitivamente eles não são muito apegados à higiene. O melhor do mercado foi conhecer a cultura local e comprar temperos. À noite, todos os dias, na praça central da cidade, acontece uma espécie de “feira gastronômica” em que é possível experimentar de tudo, desde polvo, galinha, carne de boi, pizza, frutas; tudo por preços modestos.
Spice Island
Zanzibar é conhecida como Spice Island – Ilha dos temperos, porque lá se produz nas “spice farms”, muitos, mas muitos temperos e frutas como, vanila, noz moscada, pimenta, açafrão, canela, cardamomo, gengibre, cravo, banana, laranja, entre outros. Fizemos um Spice Tour até as fazendas para conhecer e ver de perto como é o cultivo dessas especiarias. O governo investe pesado em pesquisa e produção, mas 75% das fazendas são privadas e 25% do governo.
Nada mais que o paraíso
Como diz o Seba ao chegarmos à praia: “parece mentira Rapha, mas não é!” Essa foi a reação ao entrarmos na recepção do Hotel Kendwa Rocks e sabermos que o preço da diária seria 25USD, por quarto com café da manhã. Nessa hora lembro das minhas amigas e dou razão ao meu namorado que não é de planejar. Fomos parar no hotel “por acaso” (nada acontece por acaso), ao pegarmos um “minibus” com um casal de jovens turistas que estavam indo pra lá e sabiam que era bom, bonito e barato. Não tínhamos ideia para onde iríamos, apenas que estenderíamos a canga em alguma praia do norte da ilha.
O impacto foi maior ainda quando chegamos em frente ao mar, e…. que mar! Nunca havia visto nada igual na vida. Tivemos que parar e contar quantos tons de azul e verde víamos naquelas águas do oceano índico. Era de cair o queixo. Água calma, sem ondas e na temperatura ideal para refrescar, sem ser morna ou gelada. Não sou muito de mar, mas ali era capaz de ficar horas e horas. Em alguns momentos cheguei a pensar que estava na piscina, de tão transparente.
Para completar a cada minuto que passava tinha certeza que o paraíso era ali. Areia branca, mar azul turquesa, sol, calor, um bar e restaurante a cerca de 10 metros, camas para deitar ao sol, quadra de volei e um dive center bem ali, pertinho de nós, dentro do hotel. Logicamente que fomos mergulhar. No caminho para a ilha de mergulho, as paisagens eram assustadoramente lindas, tipo filme?
O mergulho então, nem se fala, fizemos dois mergulhos de 40 minutos com uma profundidade de 18m e visibilidade de 20m. Perfeito. Como não podia deixar de ser, se a praia na superfície era um espetáculo de cores e formas, imaginem no fundo do mar? Para completar tivemos a presença de alguns golfinhos cercando nosso barco. Podia ser melhor?
Quem quer ir embora do paraíso? Resolvemos ficar em vez de três dias que era o que nos tinha sobrado, mais 3. Ficamos ao todo 6 dias e foi aqui que fizemos nossa primeira alteração nos voos marcados da RTW. Ficaria até 15 dias ali!
Ecologicamente corretos
Antes de terminar não posso deixar de contar uma curiosidade sobre a ilha: aqui sacolas plásticas não são permitidas sob pena de prisão para quem infringir a lei. Ainda no ferry uma moradora local olhou para nós e avisou: sacolas plásticas aqui são proibidas! Ficamos nos olhando e achamos estranho, pois ninguém havia nos dito isso. Depois descobrimos: sabe quem fiscaliza? Além dos policiais, os próprios moradores. Achei um belo exemplo que deveríamos todos seguir. Saíamos do mercado com os produtos na mão ou dentro das nossas bolsas. Aliás, na África do Sul as sacolas plásticas nos mercados sao pagas.
********************
Nosso próximo destino: Jordânia!
Venha com a gente nessa viagem: raphaeseba@gmail.com e acesse Facebook