Se é uma coisa que ela não faz é ficar parada. Aqui a identificação vira admiração. Como não? Acumulando prêmios e reconhecimento, Manu Buffara sabe que não existe um limite e que a construção é contínua. Ela vai em frente enquanto aguarda a reforma do endereço do Ella Brasileira que irá comandar em Nova Iorque, faz o que gosta e sabe e está cada vez melhor.
Os convites para palestrar ou cozinhar não param. Aportam mais desafiadores. Agora ainda resolveu ampliar as expedições que já fazia. Chamou mais chefs. Só mulheres. Saem todas juntas, desbravando o que vier pela frente. Dá gosto de ver. Já somam cinco expedições. O impacto disso será visto nos restaurantes que tocam. Pequenas revoluções necessárias. Invejei.
Inovação
A disposição de fazer e inovar da Manu contagia. E puxa quem está ao seu lado. A última dela inspirou outra mulher, a Carol, da PaniPano, que a gente enrola a língua para falar o sobrenome, Ueberbacker. Ela desviou um pouco o olhar de seus já famosos aventais e começou a pensar em “algo mais orgânico” para servir os arrebatadores, impossível não adjetivar, snacks do restaurante Manu, minha paixão na casa desde sempre.
Daí surgiram os tecidos tingidos com pigmentos naturais, como casca de cebola e beterraba, que depois recebem cera de abelha. É assim que bocados são trazidos feito alianças que pajens carregam em almofada de veludo. Um desbunde.
Carol me contou que juntou a provocação da Manu, com o desejo de aproveitar a sobra do tecido de fibra natural do corte dos aventais, com os testes que estava fazendo de tingimento natural e a expertise da amiga Rafaele Mendes, filha de apicultor, queentende tudo de abelhas e, pronto, partiu para concretizar. O novo produto vai ganhar marca e mercado. Poderemos dar adeus aos plásticos filme, por exemplo, usado, entre outras coisas, para fechar potes. O calor das mãos esquenta o tecido com cera e pode ser moldado. Reciclável, lavável e vai para a composteira no final da vida. Aplaudi.
Voltando ao menu
Penso que as fotos dão ideia do que é o menu da casa, porque o melhor mesmo é provar. Vale destacar que o serviço de sala e de vinho estão a merecer aplausos. Aos incautos o aviso de que não é um jantar qualquer cabe aqui. Lá se vai com fome, porém, não só de comida. O banquete exige um pouco de reflexão e atenção de quem se habilita. É como visitar uma exposição de arte. É uma experiência. Saí cantarolando embalada pela trilha sonora brasileira. Mexe com a gente.
Restaurante Manu
Alameda D. Pedro Segundo, 317
Batel – Curitiba – Paraná
Telefone (41) 3044-4395
Menu degustação R$ 264,
Harmonização R$ 234,
Snacks
Nossa horta
Fermentado de manipoeira
Melancia
Cebola
Mochi de açaí
Nosso mar
Sardinha
Tainha
Polvo
Nosso campo
Bacon
Pato
Codorna
Principais
Ouriço
Patinho – acerola
Ostra – pupunha
Lagostim
Couve-flor
Olhete
Porco – caqui
Sobremesas
Morango
Algas
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