Festejei muito quando a Gabriela Carvalho abriu o seu Quintana em 2008 numa casinha que destoava um pouco dos palácios ou prédios da redondeza. Fui laçada pela primeira garfada. Virei fã da chef e do local. Cliente assídua. Completamente diferente de tudo que tinha na cidade. Desfruto da “mesa gastronômica”, com influências múltiplas, sempre que posso. Sinto-me nutrida.
“Valores de sustentabilidade e de cultura aliados à gastronomia”, assim Gabriela define o lema da casa – “Eco gastronomia Cultural”. Não é apenas um discurso. São valores que foram fortalecidos desde a infância da chef, aumentados com a experiência profissional em outros países e no Brasil, quando morou em várias cidades e conviveu com várias culturas. A missão da casa é “servir e surpreender”. E isso é levado muito a sério.
Para entender um pouquinho da filosofia do Quintana, alguns dias na semana, os funcionários começam uma rotina diferente. As mesas são afastadas, saem os aventais e entram tapetinhos para uma prática, é mais uma aula de ioga que está começando. Assim é reforçado um mantra do local: cuidar da saúde, não apenas dos clientes, com alimentação saudável, mas principalmente, de quem trabalha ali. Qualidade de vida é para todos. Mais uma faceta do Quintana.
Gabriela conta a história da casa e dos valores em um vídeo no Instagram #quintanagastronomia. Vale a pena assistir para entender o que estou tentando traduzir aqui em poucas linhas. Ela e as imagens ganham longe da minha tentativa. Dá para saber porque ela defende tanto os índios e as abelhas, por exemplo, e faz o que acredita ser necessário para vivermos melhor e em um mundo mais justo.
Chocolate
Na Páscoa, Gabriela foi instigada pelas irmãs Carolina e Bibiana Schneider, da Cuore di Cacao, para desenvolverem juntas um chocolate. Saiu até potente demais, o própolis tomou conta. Agora, para festejar o aniversário fizeram uma barra, inspirada no conceito da criação do ovo, desta vez com o equilíbrio e crocância perfeitos. No dia do lançamento, não sobrou nenhum. Calma, a prateleira do restaurante já foi reabastecida e é possível comprar. Festejei.
Fartura
Recentemente Gabriela Carvalho desfilou suas habilidades em São Paulo, foi no evento Fartura. Saiu uma matéria no caderno especial, na Folha de São Paulo, que comoveu até o repórter e organizadores. Reconhecimento além das nossas fronteiras, gostamos disso. Esteve lá com seu carisma e entusiasmo e produtos orgânicos paranaenses usados no preparo de uma polenta de milho branco acompanhada de fonduta de queijo colonial, crocante de pinhão e molho vermelho com cogumelos silvestres caçados por ela.
Poesia
E se o poeta Mário Quintana inspirou o nome da casa termino com um poema dele que copiei do Instagram do restaurante, quero esclarecer que é pouco chamar o local assim, vão muito além da cozinha.
“Na convivência, o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida. Lembra que o que importa é tudo que semeares colherás. Por isso, marca a tua passagem, deixa algo de ti, do teu minuto, da tua hora, do teu dia, da tua vida”.
Encerro o post com a mensagem que escrevi para as mídias sociais deles. “Sinto a pulsação do coração da casa quando entro ali. Sim, tem coração o Quintana. Abelhas sem ferrão moradoras do quintal ao lado de plantas dão mais vida ainda ao lugar. Casa de muitos propósitos, fartura e comida boa daqui e do mundo que inspira os cozinheiros e nos acolhe. Tenho confiança em indicar e convidar amigos para passar horas ali. Vida longa ao Quintana, a chef e a equipe”.
Quintana Gastronomia
Avenida do Batel, 1440
Curitiba, Paraná
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS