Blog novo, assunto velho, acho que vocês vão entender. Eu estava lá! Apesar de já ter passado quase um mês do evento, pensei que era um bom tema para a estreia e que valeria a pena comentar, porque devo confessar que foi uma honra participar da premiação dos melhores restaurantes da América Latina da revista Restaurant, a conhecida “50 Best” – The World’s 50 Best Restaurants. Famosa e criticada, como todas as listas e rankings, não importa, ela é uma referência. O guia Michelin, por exemplo, tem rigor e critério, mas também tem falhas. O 50 Best é o espelho do gosto dos jurados. Acho que os irmãos Sérgio e Javier Torres, do Dos Cielos, em Barcelona, que tocavam o eñe no Brasil, os irmãos Rovira, do Els Casals, em Sagàs, na Catalunha, e nem falo do 41 Grados do genial Albert Adrià, que tem como sócio o irmão e celebrado chef Ferran Adrià, onde tive uma das melhores refeições da minha vida, deveriam estar na lista dos 50 melhores da Europa e não estão.
E, afinal, como foi a versão latino-americana?
O restaurante Astrid y Gastón, na foto os dois com o chef Diego Muñoz, que toca o restaurante, levou o primeiro lugar e o resultado era esperado. Mas podemos comemorar, os restaurantes do Brasil foram reconhecidos. Entre os três ou cinco melhores, e ficamos em segundo com o D.O.M. do chef Alex Atala e em quinto com o Mani, é difícil apontar qual é o melhor. A lista apresenta tendências, isso é bom esclarecer, e classificar restaurantes é muito difícil. A Argentina entrou com 14 restaurantes e não faltaram piadas, foi um susto, também acho que o Peru e o Brasil deveriam ter mais casas selecionadas, é claro. A minha explicação, a mesma que ouvi do crítico da Folha de São Paulo Josimar Melo, é que a Argentina é um destino turístico. Outro ponto é que alguns governos patrocinam viagens para que os jornalistas conheçam os restaurantes, o que não fazemos. Quem esteve no debate com os jornalistas Josimar Melo e Luciana Bianchi, no Ciclo de Aulas e Palestras Tradição e Modernidade na Gastronomia, um evento promovido por este jornal e pela Paraná Turismo, em agosto, escutou ele falar que o Brasil tem muitas frentes para o governo apoiar, diferentemente do Peru que aposta tudo na gastronomia. Está certo, mas poderíamos fazer mais.
Como funciona o prêmio
Na América Latina, foram 252 votantes. Os jurados votaram em abril, tiveram quase três meses para visitar o que gostariam de conhecer antes da data de entrega dos votos e o prêmio foi entregue dia 4 de setembro, em Lima. Cada jurado escolheu sete restaurantes, quatro do seu país e pelo menos três de outros lugares.
Fiquei bem feliz em ver Helena Rizzo (foto), do restaurante Mani, em quinto lugar na lista, como a Melhor Chef Mulher da América Latina, Prêmio Veuve Clicquot, e acho o restaurante da Roberta Sudbrack, assim como o excelente Mocotó, citando apenas duas injustiças, muito melhores do que o Tegui, da Argentina, por exemplo. Foi a segunda edição regional do prêmio, a primeira foi na Ásia, em fevereiro deste ano.
Quer saber mais?
Leia a entrevista com o chef do premiado Epice Alberto Landegraf aqui. E a cobertura do prêmio que eu fiz para o Bom Gourmet aqui. E para entender o prêmio: passeie pelo site e leia mais detalhes aqui.
Crédito das fotos: 50 Melhores Restaurantes da América Latina 2013 patrocinado pela Cusqueña
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