Boas surpresas na degustação de vinhos portugueses| Foto:

Que Portugal tem tradição na produção de vinhos não é novidade, que no país a bebida entra na categoria alimentação e que tem um consumo elevado também sabemos, faz parte da cultura local.

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Como apreciadora não perco por nada uma oportunidade de aprender e provar ao lado de quem produz ou conhece. Não saio de perto.

Confesso que as feiras de vinho me confundem um pouco, é muita oferta. Ando procurando diferenças, contato próximo, mais qualidade e menos quantidade, e fora que tem dias que viro bicho do mato  querendo voltar para a toca.

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A oportunidade

Por isso, meus olhinhos brilharam com o convite “Vinhos de Portugal – Seminário Mercado Brasil”, com a sommelier Sandra Zottis orientando. Fui correndo. O evento aconteceu no começo de abril e aproveito para registrar aqui um pouco da experiência.

Mais sobre o país

Portugal é o nono maior exportador de vinho do mundo com uma área total de apenas 92.391 km2 e uma população de 10,5 milhões de habitantes, nada impede a produção de 6,2 milhões HL de vinhos.

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O país tem várias regiões com Indicação Geográfica e de Origem Controlada. Possuem mais de 250 castas nativas, diversidade de clima e solo, que podem até estar numa mesma região, e terroirs únicos. Com certeza, é um destino turístico para quem aprecia vinho.

O Brasil compra muito vinho deles. E compraríamos mais não fossem os encargos e tributos que costumam arrepiar cabelos até de quem tem folga no bolso. A razão do sucesso? São versáteis, bem feitos e gastronômicos.

É bom lembrar que Portugal tem a mais antiga região vinícola demarcada e regulamentada do mundo: o Douro, eleito Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Além dos vinhos, as colinas da região não saem nunca mais da memória de quem percorre o local. E se bebemos e produzimos vinhos aqui é porque eles trouxeram, foram os primeiros a levar a bebida para a América e Ásia.

E quais são os vinhos que estão entre os mais famosos no mundo? Porto e Madeira. Minha madrinha, que teve vida longa e saudável, não negou as suas origens e tomava um cálice de vinho do Porto todos os dias.

Mais sobre os vinhos

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Começamos a degustação com um clássico. Aveleda 100% Alvarinho e foram muitas as lembranças dele na Páscoa. Provamos o de 2017, uma colheita selecionada e feito por mulheres. Susete Rodrigues é a produtora e Valérie Lavigne a consultora. Custa em torno de R$ 120,00 para o consumidor final, pode ir para a lista de compras. O resultado: um vinho fresco, equilibrado, com muito brilho e até um pouco de gás carbônico. Pede comida delicada como ele. Medalha de Prata Mundus Vini. Contato: www.interfood.com.br e www.aveleda.com

Saímos do Minho e fomos para o “além Tejo”, quer dizer, Alentejo. Quinta do Paral, outro branco de 2017. 90% Arinto apresenta um vinho de sabor prolongado, que esquenta a boca, tem corpo e pode ser a companhia perfeita para pratos mais fortes, com molhos, ou até a exótica enguia. A vinícola é jovem e investe em enoturismo. Pode hospedar-se lá. Contato: www.quintadoparal.com

O terceiro vinho, também foi do Alentejo, um tinto, varietal, 100% Trincadeira, de 2014. O Herdade de São Miguel é importado pela Cantu e tem taninos presentes e macios, provocou salivação. Passa 12 meses em barrica de carvalho, aromas florais bem presentes. Boa persistência também. Alexandre Relvas Jr e Nuno Franco produzem. Contato: www.herdadesaomiguel.com

Impossível não pensar em leitão, cordeiro ou carnes suculentas com o Pousio Reserva 2014 da Herdade do Monte da Ribeira. Com o blend de castas ganha qualidades. O renomado Luís Duarte, que é referência na área, produz ao lado de Nuno Elias. Tem aroma complexo e tanino forte, pede comida. R$ 240,00 no Brasil pela Doc Wine. www.docwine.com.br

O produtor do Quinta do Sagrado mantem o “pisa pé” e o clima do Porto e do Douro, conhecido como “três meses de inverno e três meses de inferno”, ajuda a amaciar os taninos do Sagrado Reserva Tinto 2015, arrisco dizer, porém o vinho continua potente. João Pires é o produtor. O vinho de cor rubi intenso e 18 meses em carvalho francês me fisgou.

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Salivei, o que acontece quando se prova um bom vinho do Porto, e quase caí da cadeira ao provar o Tawny 20 anos. O Quinta do Vallado, dos produtores, dois Franciscos, Olazabal e Ferreira, se mostrou complexo, untuoso e aveludado, ao mesmo tempo fresco, impressionou. Várias castas e aroma de frutas secas e defumados e doçura que não enjoava. A cor acastanhada era linda e se tivesse sendo servido com um pedaço do queijo Serra da Estrela acredito eu que seria as boas-vindas do paraíso. Posso jurar que minha madrinha aprovaria também e acho que um cálice diário elevaria meu espírito.

Obrigada Vini Portugal pela oportunidade. Preciso terminar o post rápido e correr para um restaurante português. Deu vontade. Até a próxima!