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À prova de fogo
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E até o piada pronta Daniel Belleza (e aí, Daniel, beleza?) e o temível Lúcio Ribeiro marcaram presença no Inferno. No última dia 9, o bar recebeu uma amostra generosa da safra de boas bandas curitibanas: ruído/mm, Heitor & Banda Gentileza, Sabonetes e Copacabana Club invadiram o espaço – leia reportagem deste que vos escreve aqui. Neste post, mais comentários sobre os dois primeiros shows da noite. No de amanhã, a dupla que fechou o boteco.

Foi interessante ver bandas que já conhecia tocar para um público distinto. Tudo bem que havia muitos curitibanos por lá – entre fãs, jornalistas e mesmo outros que quiseram viajar com alguns amigos para ver outros que começam a ficar importantes –, mas a grande maioria ouvia aquilo, ao vivo, pela primeira vez.

Diego Cagnato
André Ramiro, um dos quatro guitarristas do ruído/mm.

Acompanhei o show do ruído/mm lá atrás, meio escondido. Mãos no queixo, olhares diversos – de “que p**** é essa” e movimentações para a frente do palco em busca de uma visão que englobasse todo o septeto foram percebidos. Exceto por probleminhas em parte da primeira música – baixo alto e bateria inaudível –, o show foi competentíssimo. As músicas não poderiam estar mais trabalhadas e as quatro guitarras, ao invés de exagero, são bem utilizadas. Escrevo isso porque também ouvi comentários do tipo “quatro guitarras? Esses caras não conhecem Slash?”. Eram os capetinhas do inferno.

Heitor & Banda Gentileza foi a que mais empolgou quem antes estava concentrado no instrumental do ruído — até mais do que o momento final do show do Copacabana, pois havia mais gente no Inferno. Rodinhas ambulantes se formaram por todo o bar; quando o barulho acabou, desci para o meio da pista a acompanhar os burburinhos. “Eles poderiam ter tocado mais, né?”. “Nossa, será que eles já tem cd?”. Terão, daqui a algum tempo. E vem coisa boa dos caras. Influenciados só pelo bom e pelo melhor e ousados na medida certa, não poderia ser diferente.

Drops
O espaço lá não era nada de excepcional. Aliás, deixava muito a desejar em relação à infra-estrutura e atendimento que a maioria das casas de shows de Curitiba. Não há comida, o banheiro é roots e, como esperado, o Inferno é quente pra burro.
Mas não por acaso. Creio que as bandas que lá tocaram poucas vezes tiveram à disposição uma aparelhagem tão boa. Bem regulado, o som estava perfeito, digno de grandes espetáculos. É de se pensar: vale a pena investir em estrutura técnica e promover shows de verdade ou aprimorar o cardápio e gastar grana em aromatizadores de banheiro? Eu fico com o Inferno.

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