O senhor Steven Patrick Morrisey completou 50 anos na última sexta-feira. Morrisey, nascido em Manchester (onde mais?), é uma das figuras mais extremas de toda história do rock mundial. Se você não conhece nada dele, escute. Nem que seja para falar mal.
Morrisey foi fundador e vocalista do Smiths, a banda que provocou uma reviravolta na cena musical da década de 80. Sem ser enfadonho, dá para resumir assim: a explosão do punk tinha acabado e o furacão de outrora tinha perdido força.No seu lugar havia sido introduzida uma alegria festeira movida a teclados e sintetizadores. New romantics, ou apenas new wave. Escolha o rótulo, não importa. O fato é que as bandas tinham nomes pomposos, maquiagens, cabelos darks e poucas guitarras. Aí esse rapaz (Morrisey) encontra um guitarrista de talento incomum (Johnny Marr), batiza sua banda de The Smiths (algo como os Silvas, no Brasil) e saí por aí cantando sobre o isolamento afetivo do ser humano e a imensa dificuldade em fazer um relacionamento dar certo.
Com letras sobre solidão, timidez, ataques de raiva, descontrole emocional, Morrisey e Marr colocam as guitarras novamente na parada e arrebatam uma multidão de fãs na Inglaterra e mundo afora (O falecido líder da Legião Urbana, Renato Russo, declarava publicamente que buscava seguir o estilo Morrisey de fazer letras e cantar). Pois bem. Tudo era um sucesso completo até que a banda acaba.
Lembra-se da história da incapacidade de relacionamentos? Então. Não era só letra para vender música. Marr não suportava mais Morrisey e a banda degringolou.
Quando a notícia chegou à imprensa, a Inglaterra registou a maior onda de suicídios desencadeada pela música. Sim, mais gente se matou por conta do fim do Smiths do que pelo fim dos Beatles. Pelo menos é o que dizem.
Morrisey, no entanto, não se matou. E deve viver bastante ainda já que não bebe, não fuma, não usa drogas, é vegetariano e já disse ter pavor de relações sexuais (um cara estranho esse Morrisey). De lá para cá, ele continua fazendo músicas sensacionais, com letras devastadoras sobre a imperfeição humana. Apesar do fim dos Smiths, Morrisey permanece na crista da onda. Foi eleito o segundo maior britânico vivo (o maior, se considerado apenas o universo artístico) deixando gente do naipe de Paul
McCartney e John Lydon para trás. Os fãs, os que não se mataram, costumam dizer que Morrisey salvou suas vidas (vá entender…) e que o Smiths é a única banda pela qual vale a pena sofrer. Eles estão certos?
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