E foi pro vinagre o Tim Festival, um dos maiores festivais de música pop da América do Sul. Segundo a assessoria da operadora de celulares, o evento está em processo de “descontinuação”. É a crise (?). De quebra, também foi cancelado o Prêmio Tim de Música Brasileira – que já teve seis edições.
O festival começou em 1985, como uma versão “latinizada” do norte-americano Cool Jazz Festival. Em 1986, mudou o nome para Free Jazz Festival, realizado durante 16 anos consecutivos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Passaram por lá desde o tranquilo Chat Baker (logo na primeira edição), o sensacional Sonic Youth, em 2000, até os grooves do Fatboy Slim e o indies do Belle & Sebastian, ambos em 2001.
Em Curitiba ocorreram duas históricas edições, ambos na Pedreira Paulo Leminski (claro). Em 2006, Nação Zumbi, Dj Shadow, Yeah, Yeah, Yeahs (o melhor show da noite), Beastie Boys e a veterana Patti Smith (tomaria um chá com ela) subiram ao palco.
No ano seguinte, Hot Chip, Arctic Monkeys (burocráááááticos), The Killers (eles sabem fazer show) e Björk (a dona da noite) foram os escalados.
Este jornalista teve a oportunidade de conferir a última edição do Tim Festival na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, em outubro de 2008.
Talvez a programação, eclética demais para um festival que nasceu jazz e assumiu a postura rock, já anunciasse o que hoje se confirma. Em meio a The National, Sonny Rolins e Gogol Bordello, o rapper Kanye West foi “sucesso” de público na edição do ano passado. As aspas são por conta justamente do público, fraco, principalmente na edição paulista.
E se a solução fosse essa? Expandir horizontes, mudar o formato e, principalmente, valorizar o que é daqui? Há muitas boas bandas brasileiras procurando espaços em festivais de prestígio, não? Público para isso certamente há.
O custo estimado para cada edição do Tim, segundo divulgou o Estadão, era de cerca de R$ 4 milhões. Quem banca agora?
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