• Carregando...
Um pequeno discurso sobre o Oasis
| Foto:

Grande notícia a confirmação do show do Oasis em Curitiba. Confesso que desde o fraco Heathen Chemistry não tenho dado a devida atenção à banda. Quem sabe a proximidade do show me faça dedicar mais tempo para os bons Don’t Belive The Truth e Dig Out Your Soul.

De qualquer modo, o Oasis é um ícone, fundamental em qualquer tentativa de se entender a música dos últimos vinte anos. Junto com o Nirvana, a banda inglesa é a referência maior da década de 90. Sintetizou uma penca de referências anteriores, trouxe de arrasto bandas “irmãs” com as quais, por pressão da mídia, ou não, estabeleceu uma reação de competição e influenciou uma geração de grupos, dos quais nada, ou quase nada se aproveitou.

O Nirvana, por exemplo. Ganhou as rádios do mundo com uma mistura de nervosismo/ calma/liga o pedal/desliga o pedal que já estava presente nos Pixies, no Sonic Youth, no Melvins e no Dinosaur Jr. O sucesso do grupo de Cobain projetou toda a “cena” grunge de Seatlle e impôs uma rivalidade fictícia com o Pearl Jam no melhor estilo Beatles/ Stones. O grunge morreu na casca e não gerou descendentes diretos. Fez um monte de gente sair das garagens e, de certa forma, deu voz a tudo que desde então se chama de indie rock. Mas os filhotes do Nirvana sucumbiram. Ninguém precisa de mais um Silverchair no mundo.

O roteiro do Oasis é semelhante, só que se passa do outro lado do Atlântico. Os irmãos Gallagher abusaram de referências de grupos que fizeram sim certo sucesso, mas que nunca conseguiram obter nos Estados Unidos e no mercado internacional o mesmo brilho que atingiram no Reino Unido. Está tudo lá nos dois primeiros e indispensáveis discos do Oasis (Definetely Maybe e What’s The Story Morning Glory): Stone Roses, James e Inspiral Carpets misturado com muita beatlemania.

Paralelamente ao Oasis veio o Blur. Os dois são como primos distanciados pelo rumo que tomaram na vida. Um bebe cerveja no pub e assiste aos jogos de futebol.O outro participa de exposições de artes plásticas e compra roupas em brechó. Embora diferentes, guardam fortes referências em comum e as farpas que regularmemte trocam em público têm muito mais cheiro de admiração recalcada do que simplesmente repulsa.

Divulgação
Fundamentais e bons de arena.

Assim como o Niirvana fez com os garageiros americanos, o Oasis virou referência para qualquer banda inglesa que use franjinha, sejam os fofuchos sem sal do Keane ou os esporrentinhos do Arctic Monkeys. De quebra, ainda arrastou (ainda que sem querer) o Pulp ( uma das bandas mais subestimada da história) para a cena do britpop.

Além disso, na minha modesta opinião, o Oasis, apesar da frivolidade calculada, é uma típica banda de arena. Tem os refrões na medida para a massa cantar junto. Só espero que toquem Cigarretes and Alcohol…

Veja aqui outra opinião sobre a vinda do Oasis

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]