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O CEO da Cosan, o empresário Rubens Ometto, criticou a política econômica do governo Lula e disse que o país está “ferrado”. Ometto doou R$ 1 milhão ao PT, sigla do presidente Lula, durante a eleição presidencial de 2022.
A fala de Ometto foi direcionada ao futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, durante participação em evento do Grupo Esfera Brasil, na semana passada.
“Acho que a gente está numa situação muito difícil. Quando você é empresário e vê tudo que está acontecendo, vê claramente uma política de partido, de não reduzir [gastos]. Está muito fácil resolver, é só resolver o problema do déficit fiscal que tudo se assenta, mas eles não querem fazer”, afirmou Ometto, na quinta-feira (28).
“O que vai acontecer: os juros vão subindo, os investimentos que todo mundo fala que vai ter de infraestrutura, a parceria público-privada, não vão acontecer porque o empresário que investir com essas taxas de juros vai quebrar. […] Estamos, desculpe o francês, estamos ferrados porque a alta administração do nosso país acha que está certo e não quer fazer nada. É uma pena”, completou.
Autonomia do Banco Central
Ometto ainda questionou Galípolo sobre a autonomia do BC para gerir a política monetária do país.
Galípolo negou a possibilidade de interferência política no banco durante sua gestão e disse que o “Banco Central tem autonomia e todo o board para tocar a política monetária que ele quiser”.
Ometto já acusou o governo de desrespeitar leis
Esta não é a primeira vez que Ometto critica a gestão do presidente Lula publicamente.
Em junho deste ano, também em um evento do Grupo Esfera, o empresário acusou o governo de “morder, tomar dinheiro pelas beiradas e desrespeitar a lei” para ampliar a arrecadação de impostos.
“Do jeito que está, com o governo querendo meter a mão, querendo taxar tudo, não dá”, afirmou Ometto na ocasião.
O empresário se referia à medida provisória que restringiu o uso dos créditos de PIS/Cofins para compensar a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de pequenos municípios.
“Aconteceu com a mudança na regra do Carf, com a mudança do crédito presumido dos créditos do PIS/Cofins nesta semana e com a desoneração da folha [de pagamentos]. Eles nunca estão preocupados em interpretar a ideia do legislador. Eles estão preocupados em morder, morder e estão fazendo isso”, completou Ometto.