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Contra a esquerda

Com novos secretários, Trump pretende combater políticas woke no governo dos EUA

Com novos secretários, Trump pretende combater políticas woke no governo dos EUA
Donald Trump assumirá a presidência dos EUA em janeiro de 2025 (Foto: EFE/EPA/ABIR SULTAN)

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Em seu novo mandato como presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump terá a oportunidade de combater algo que ele vinha criticando muito nos últimos anos: as políticas woke que dominaram a administração democrata do presidente em fim de mandato, Joe Biden, especialmente aquelas voltadas para as iniciativas de “diversidade, equidade e inclusão” - as políticas “DEI”.

Com o controle do Congresso nas mãos do Partido Republicano em 2025, o presidente eleito se sentiu mais confortável para nomear uma equipe de secretários comprometidos com sua causa, que inclui também este combate direto contra agendas da esquerda progressista que estão em curso no governo federal.

“O presidente Trump foi muito claro sobre acabar com a besteira ‘woke’ de DEI que está infectando este país, e o povo americano votou massivamente [nele] para fazer exatamente isso”, afirmou seu porta-voz, Steven Cheung, que integrará o novo governo.

Entre as escolhas de Trump para o alto escalão do governo americano estão Pete Hegseth, ex-apresentador da Fox News e veterano do Exército dos EUA, para o cargo de secretário de Defesa, e Brendan Carr, nomeado para a presidência da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês).

A nomeação de Hegseth para o cargo de secretário de Defesa foi um dos movimentos mais claros do presidente eleito para desmantelar as políticas de diversidade no setor militar. Hegseth é um forte crítico das políticas DEI implementadas pelo governo Biden no Pentágono. O ex-apresentador e veterano já até escreveu um livro onde criticou a atual liderança militar por “enfraquecer a prontidão” das Forças Armadas ao priorizar questões de “diversidade e equidade” em vez de focar na preparação e treinamento militar.

Hegseth também sugeriu a demissão de altos oficiais do Exército americano, acusando-os de serem excessivamente "woke".

Por sua vez, Carr, que já atua como o principal republicano na FCC, agência equivalente à Anatel, afirmou que, durante seu comando, pretende eliminar todas as iniciativas relacionadas às políticas DEI, criticadas por ele como parte da ideologia woke.

Carr compartilhou nas redes sociais detalhes do orçamento proposto pela FCC para 2025, que colocava a DEI como uma das principais prioridades estratégicas. Ele garantiu que essas políticas serão encerradas no próximo ano.

Além de Hegseth e Carr, o próximo governo contará também com a ex-democrata Tulsi Gabbard, que chefiará a pasta de Inteligência Nacional, e o bilionário Elon Musk, que liderará, junto ao empresário Vivek Ramaswamy, o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), que vai ser responsável por trabalhar na redução dos gastos federais. Todos os três também são críticos das políticas DEI e prometeram atuar para combatê-las.

O ex-congressista e apresentador da Fox News Sean Duffy foi outro crítico das políticas DEI selecionado por Trump para integrar o novo governo. Duffy vai chefiar o Departamento de Transportes e o presidente eleito já prometeu que ele “acabará com o DEI para pilotos e controladores de tráfego aéreo” para fazer os céus dos EUA “seguros novamente”.

Se junta a todos os citados a escolha de Stephen Miller, conselheiro de longa data de Trump, como o novo arquiteto principal de políticas para este mandato. Miller traz consigo um histórico de processos contra empresas que impuseram em suas políticas iniciativas como a DEI.

A estratégia de Trump para desmantelar as políticas woke

Durante seu primeiro mandato, Trump já havia implementado ações contra as políticas de “diversidade racial e de gênero” no governo federal. O republicano considera as políticas DEI, que promovem tais temas, como algo que serve apenas para dividir a sociedade americana. Enquanto estava na Casa Branca, Trump chegou a criar um canal para que funcionários realizassem denúncias contra aqueles que promoviam este tipo de política dentro de sua administração, o que gerou reações de apoio por parte de seus eleitores e de críticas por aqueles que defendem as políticas progressistas.

De volta ao Salão Oval, Trump busca expandir tais ações. Além da nomeação de nomes críticos às políticas DEI, o presidente eleito também pretende usar a caneta presidencial para emitir ordens executivas que reverteriam todas as ações tomadas por Biden, que, em seus primeiros dias de governo, assinou uma série de normas estabelecendo a promoção de “equidade e justiça racial” em todos os pilares do governo americano. Biden, por exemplo, determinou que todas as agências federais deveriam “cultivar um ambiente de trabalho que refletisse a diversidade da população americana”.

Trump também já sinalizou que cortará drasticamente os investimentos públicos em programas que promovam políticas woke, com o objetivo de garantir que os contratos federais, regras de agências e outros aspectos da administração não sejam usados para "distribuir vantagens" com base na raça ou gênero. Uma das suas principais metas será eliminar o que considera ser uma "agenda de esquerda" que, segundo ele, tem marginalizado os valores conservadores e comprometido a unidade nacional.

O impacto no Departamento de Educação

O Departamento de Educação, que foi alvo de críticas dos conservadores americanos por promover diversas políticas da esquerda progressista no sistema de ensino dos EUA, também está no radar do novo governo. Durante a campanha, Trump chegou a flertar com a possibilidade de desmantelar o Departamento de Educação, mas acabou nomeando para o cargo de chefe da pasta a empresária Linda Mcmahon, que possui sua confiança. O presidente eleito já afirmou, no entanto, que pretende cortar o financiamento do Departamento para escolas que promovam ideologias woke.

Empresas privadas também estão na mira

Além de reverter as políticas woke dentro do serviço público, Trump também se prepara para revisar os gastos federais em setores privados que promovam os programas DEI. O presidente pode conseguir fazer esse filtro por meio do Doge, que terá a missão de encerrar o desperdício de dinheiro público. Musk, por exemplo, já se manifestou contra a proliferação de políticas DEI dentro das empresas privadas americanas, considerando que essas práticas geram outros tipos de discriminação.

“DEI deve morrer”, escreveu Musk em um post no X em dezembro do ano passado. “O objetivo era acabar com a discriminação, não substituí-la por outro tipo de discriminação", disse o CEO da Tesla.

“Diversidade, Equidade e Inclusão” são palavras de propaganda para racismo, sexismo e outros -ismos. Isso é tão moralmente errado quanto qualquer outro racismo ou sexismo. Mudar a classe alvo não torna isso certo!”, acrescentou o empresário.

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