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O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, afirmou neste sábado que o primeiro trecho das fortificações conhecidas como “Escudo Oriental”, ao longo das fronteiras do país com a Rússia e Belarus, está pronto e que todas as medidas que estão sendo implementadas na área fronteiriça representam um investimento na paz.
“O primeiro trecho do Escudo Oriental na fronteira com a Rússia está pronto”, disse Tusk em uma mensagem na rede social X, depois de visitar soldados a cerca de 200 metros da fronteira com o enclave russo de Kaliningrado.
Tusk acelerou a construção do primeiro trecho do escudo, inicialmente planejado para o primeiro trimestre de 2025.
Em declarações posteriores perto de uma cidade na província de Vármia-Masúria, no nordeste do país, o premiê frisou que quanto mais segura for a fronteira polonesa, mais difícil será para aqueles com "más intenções" entrar no país da Europa Central, segundo a agência de notícias “PAP”.
“Tudo o que estamos fazendo aqui – e faremos também na fronteira com Belarus e a Ucrânia – é para dissuadir um potencial agressor, por isso é realmente um investimento na paz”, salientou.
“Gastaremos bilhões de zlotys nisso, mas neste momento toda a Europa observa estes investimentos e as nossas ações com grande satisfação e irá apoiá-los se necessário”, acrescentou.
O chefe de governo garantiu que os países pertencentes à região do Báltico irão cooperar com a Polônia para garantir que esta infraestrutura seja eficaz não só nos trechos poloneses, mas ao longo de toda a fronteira, “principalmente com a Rússia e Belarus”.
“Nossas ações também dizem respeito à segurança da fronteira com a Ucrânia, por outras razões, mas queremos que os poloneses se sintam mais seguros ao longo de toda a fronteira oriental”, declarou Tusk.
O primeiro-ministro da Polônia assegurou que se trata do “maior projeto deste tipo na história da Europa depois de 1945”, uma vez que “todo o Escudo Oriental será um projeto sem precedentes”.
O escudo é um programa elaborado pelo Ministério da Defesa e pelo Estado-Maior do Exército, que envolve a construção de vários tipos de fortificações, obstáculos de terreno e infraestruturas militares nas fronteiras da Polônia com a Rússia e Belarus, em um total de cerca de 800 quilômetros.
Os planos também incluem a construção de sistemas apropriados de reconhecimento e detecção de ameaças, bases avançadas, centros logísticos, armazéns e a implantação de sistemas anti-drones.
Varsóvia atribuiu cerca de 2,3 bilhões de euros (cerca de R$ 14,5 bilhões) à implementação deste plano, que deverá estar totalmente operacional em 2028, e que será integrado na infraestrutura de defesa integral do flanco oriental da Otan para combater as ameaças de Belarus e da Rússia.
Tusk ressaltou que “esta é uma ideia muito moderna de como proteger a fronteira utilizando vários elementos de infraestrutura, como ouriços de betão, valas antitanque, mas também elementos do ambiente natural”.