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Instabilidade política

Macron se abre para negociar com esquerda e descartar direita nacionalista em novo governo

O presidente da França, Emmanuel Macron, enfrenta falta de apoio político (Foto: EFE/EPA/TERESA SUAREZ/POOL)

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O presidente da França, Emmanuel Macron, está aberto a negociações com partidos de esquerda para formar um novo governo que não dependa da direita nacionalista de Marine Le Pen.

Assim se desenvolvem as reuniões realizadas nesta segunda-feira (9) no Palácio do Eliseu com líderes comunistas e ecologistas, além das realizadas na última sexta-feira com os socialistas.

“Ele concordou em mudar seu método”, disse a líder ecologista Marie Tondelier à imprensa após a reunião, a qual descreveu como "satisfatória" porque viu no chefe de Estado "uma mudança de atitude".

De acordo com Tondelier, o presidente planeja reunir os diferentes partidos com representação parlamentar em uma mesa de negociações conjunta, com exceção do Reagrupamento Nacional (RN), de Le Pen.

“Macron percebeu que Le Pen é uma parceira ruim”, alegou Tondelier, que lembrou que a líder da direita votou a favor da moção de censura que na última quarta-feira derrubou o governo de Michel Barnier, que ela havia se comprometido a apoiar.

Nessa mesa de negociações, a líder ecologista garantiu que será “muito exigente” com suas propostas, que incluem que o próximo primeiro-ministro venha da aliança de esquerda, a Nova Frente Popular (NFP).

Ainda não se sabe se estará na mesa a ala mais radical da aliança, A França Insubmissa (LFI), de Jean-Luc Mélenchon, que até agora relutou em negociar com Macron, cuja renúncia é pedida pelo grupo.

“Quanto mais de nós houver, mais peso teremos”, disse Tondelier, conclamando seus parceiros, apesar de suas diferenças com o presidente, a participar da negociação em um momento em que "a França está chegando ao fundo do poço".

Anteriormente, foi o líder comunista, Fabien Roussel, que foi recebido por Macron, que também propôs uma negociação antes da nomeação do substituto de Barnier.

Roussel ressaltou que “seria preferível” o premiê ser de esquerda, mas não considerou isso uma condição absoluta porque, em sua opinião, “o que conta é que haja progresso e, para isso, é melhor ter propostas do que linhas vermelhas”.

Os socialistas foram a primeira força de esquerda a se reunir com Macron e exigiram que o novo primeiro-ministro fosse de esquerda, uma exigência que seu porta-voz parlamentar, Boris Vallaud, reiterou nesta segunda-feira à emissora France Inter.

“É a única maneira de mudar o rumo político”, disse o parlamentar, que manteve a porta aberta para negociações.

Resta saber se os “melenchonistas” irão à negociação e se os partidos da coalizão “macronista”, liderada pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, aceitarão algumas das exigências da esquerda, especialmente a revogação da reforma previdenciária adotada no ano passado para adiar a idade mínima de aposentadoria para 64 anos.

Conteúdo editado por: Isabella de Paula

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