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65ª cúpula no Uruguai

Milei assume presidência do Mercosul defendendo maior abertura do bloco regional

O presidente da Argentina, Javier Milei, participa da cúpula semestral de presidentes dos países do Mercosul nesta sexta-feira, em Montevidéu (Foto: EFE/ Sofía Torres)

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O presidente da Argentina, Javier Milei, assumiu nesta sexta-feira (6) a liderança do Mercosul, durante a 65ª cúpula do bloco comercial regional, que acontece no Uruguai.

O chefe da Casa Rosada substitui o mandatário uruguaio, Luis Lacalle Pou, que deixa a posição meses antes de também encerrar seu mandato no país.

Milei iniciou seu discurso afirmando que a atual "fórmula" do bloco está "esgotada", e defendeu uma maior abertura comercial durante sua administração temporária.

Ele também culpou parcialmente o Mercosul pelo que chamou de "fracasso argentino" nos últimos anos, se referindo à atual crise enfrentada pelo país.

“Embora a responsabilidade pelo fracasso argentino recaia sobre décadas de uma política econômica destrutiva, o Mercosul e suas restrições também têm sido um obstáculo ao progresso dos argentinos", disse.

Sessão plenária da cúpula semestral de presidentes dos países do Mercosul. Crédito: EFE/ Sofía Torres (Foto: EFE)

Milei seguiu com as críticas ao bloco regional, dizendo que, embora o Mercosul "tenha nascido com a ideia de aprofundar laços comerciais, acabou tornando-se uma prisão que não permitiu que os seus países membros aproveitassem nem as suas vantagens comparativas nem o seu potencial de importação".

“Este problema não é novo, mas se continuarmos a tentar tapar o sol com as mãos, será cada vez mais difícil de resolver”, acrescentou.

Em seguida, o libertário, que completará seu primeiro ano de governo na próxima semana, convidou os demais integrantes do bloco a procurarem “uma nova fórmula que beneficie a todos”, a fim de poderem aperfeiçoar o comércio e expandi-lo.

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, fala com seu homólogo da Argentina, Javier Milei. Crédito: EFE/ Sofía Torres (Foto: EFE)

“Este bloco não pode continuar sendo uma armadilha que limita os nossos países. Devemos deixar para trás essa fase caracterizada pela mera administração de acordos, pelo acesso a regulamentações e pela implementação de normas que retardam o comércio internamente e com o resto do mundo", afirmou Milei.

“Se o bloco não é um motor dinâmico que facilita o comércio, promove o investimento e melhora a qualidade de vida de todos os cidadãos da nossa região, de que adianta?", questionou o presidente argentino.

Milei disse ainda em seu discurso inflamado que espera que os demais integrantes do Mercosul deixem de lado as questões ideológicas, tenham “honestidade intelectual suficiente” para tratarem de “assuntos difíceis" e assumam a coragem de tomar "as decisões necessárias”.

Além do duro discurso na cúpula, o encontro foi marcado por um distanciamento já esperado entre o mandatário argentino e seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

O Mercosul, formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, possui uma presidência rotativa com duração de seis meses.

Mercosul e UE anunciam acordo de livre-comércio

Ainda nesta sexta-feira, após quase 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia (UE) fecharam em Montevidéu o texto do tratado de livre-comércio.

Da esquerda para a direita, os presidentes da Argentina, Javier Milei; do Uruguai, Luis Lacalle Pou; a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen; e os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Paraguai, Santiago Peña. Crédito: EFE/ Sofía Torres (Foto: EFE)

O anúncio foi feito pelo presidente do Uruguai e do Mercosul, Luis Lacalle Pou, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, acompanhados dos líderes dos demais países que integram o bloco sul-americano.

 

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