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Posse de Trump

Milei culpa “regime Lula” por não devolver passaporte a Bolsonaro

Bolsonaro e Milei
Presidente argentino disse lamentar ausência do ex-presidente brasileiro na posse de Donald Trump nos EUA. (Foto: André Borges/EFE)

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O presidente argentino Javier Milei culpou o que ele chama de “regime Lula” de não devolver o passaporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para participar da posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, nesta segunda (20).

Milei foi um dos participantes do baile de gala da posse de Trump no sábado (18), em que disse sentir falta de Bolsonaro. O ex-presidente foi convidado para as cerimônias em Washington, mas teve a devolução do passaporte negada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“É um grande amigo e lamento muito que o regime de Lula não o tenha deixado vir”, disse Milei a participantes que publicaram a fala nas redes sociais.

A devolução do passaporte, no entanto, não partiu do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e sim do STF por orientação da Procuradoria-Geral da República (PGR) que viu risco de fuga de Bolsonaro.

O ex-presidente será representado na cerimônia de posse pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que chegou aos Estados Unidos também na noite de sábado (18). Ela reafirmou que o marido é perseguido pela Justiça brasileira e que levará um abraço dele a Trump.

“Bolsonaro pediu que ele levasse o carinho e o respeito que ele tem pelo presidente. Eles firmaram uma relação, comungam dos mesmos valores e princípios. Trago o abraço dele e o carinho dele pelo presidente Donald Trump”, disse ainda no aeroporto.

Ela ainda criticou o indiciamento de Bolsonaro com outras 39 pessoas, no ano passado, por participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado, além da condenação à inelegibilidade até 2030 por questionar o sistema de votação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Michelle também refutou as especulações de que Bolsonaro poderia usar a viagem para a posse de Trump, nos Estados Unidos, como pretexto para fugir do Brasil. “Ele não cometeu nenhum crime”, disse, repetindo o argumento utilizado pela defesa do ex-presidente no pedido para a devolução do passaporte.

O pedido foi negado duas vezes na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas alegações para negar a devolução do passaporte, o magistrado citou uma entrevista de Bolsonaro de que poderia pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil caso tivesse a prisão decretada.

“O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu em entrevista ao UOL a possibilidade de pedir refúgio em alguma embaixada no Brasil, caso tenha a prisão decretada após eventual condenação pela trama golpista de 2022”, disse Moraes na decisão.

Os advogados argumentaram que o tempo de vigência das medidas cautelares é “excessivo” e reforçaram que Bolsonaro “permanece como mero investigado, ainda que indiciado e, conforme já expressado por ele, no aguardo da oportunidade de demonstrar sua inocência”.

E que ele foi à Argentina, em dezembro de 2023, para a posse do presidente Javier Milei e voltou ao Brasil, o que não justificaria a alegação de risco de fuga.

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