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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), manifestou-se nesta quarta-feira (11) após ter sido condenado à inelegibilidade pela Justiça Eleitoral do estado por abuso de poder político durante as eleições municipais deste ano.
Em entrevista aos jornalistas, Caiado afirmou que recorrerá da decisão e negou ter cometido qualquer ato ilícito moral ou eleitoral.
“Eu sempre pautei a minha vida política no cumprimento das normais legais e jamais pratiquei um ilícito moral ou eleitoral que possa desabonar a minha trajetória de vida”, declarou.
O governador e o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União) foram alvos de uma ação da chapa do candidato derrotado no segundo turno, Fred Rodrigues (PL-GO), por supostamente terem utilizado a sede do governo estadual para eventos políticos a favor de Mabel após o primeiro turno.
A condenação foi decidida liminarmente pela juíza Maria Umbelina Zorzetti na noite de terça (10) e tornada pública nesta quarta (11). Ainda cabe recurso à decisão na Corte eleitoral goiana e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Sobre os jantares no Palácio das Esmeraldas, Caiado negou que tinham intuito eleitoral. Ele ainda acrescentou que outros políticos também promoveram eventos semelhantes, mas não foram judicialmente penalizados em decorrência disso.
Entre os exemplos, ele citou um encontro da ex-presidente Dilma Rousseff com aliados políticos em 2014, além de um evento realizado em 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.
“Em 2022, apoiei Bolsonaro no 2º turno e fui ao Palácio do Alvorada com mais 80 prefeitos. Em 2024, Lula pediu votos para Boulos dentro do Palácio do Alvorada. Não podemos ter 2 pesos e duas medidas, eu moro aqui. Não podemos ter 2 tratamentos”, disse o governador.
Além da condenação, Caiado foi multado em R$ 60 mil e Mabel em R$ 40 mil. A vice da chapa, Cláudia Lira (Avante-GO), também foi condenada à inelegibilidade por 8 anos contados a partir da eleição de 2024 e a uma multa de R$ 5,3 mil.