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O presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou nesta segunda (20) que a “grande maioria do partido” continua sendo oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo tendo um ministro na Esplanada dos Ministérios.
A crítica foi feita horas depois de Lula afirmar, na reunião ministerial, que iria conversar em particular com cada ministro de partidos do centrão que formam a base governista, o que inclui o PP, o PSD e o União Brasil.
“Para nós isso não tem efeito. Não participamos de indicação, não tem nada partidário. A grande maioria do partido continua querendo ser oposição”, disse o senador.
O PP faz parte da base de Lula com o ministro André Fufuca, na pasta do Esporte, e pode ganhar mais espaço durante a reforma ministerial prevista para as próximas semanas. Há a expectativa de que o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), seja acomodado no governo após deixar o cargo em fevereiro.
A escolha seria para cumprir compromissos acertados pela articulação política para o andamento de projetos considerados importantes pelo governo nos últimos dois anos – embora alas do PT e do próprio governo sejam contra. Como Lira é do PP, a entrega de uma pasta também seria para manter o partido junto a Lula na próxima eleição presidencial.
“O Arthur sabe que eu sou contra [ele ir para o ministério]. Não é fazendo uma reforminha que esse governo vai mudar. Esse governo tem de virar a chave, em vez de só olhar para trás”, disparou Ciro Nogueira negando qualquer conversa com Lula durante o mandato.
A tão falada reforma ministerial deste começo de ano já começou com a troca de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom) e deve continuar com cargos na mira dos partidos do centrão. Estão na banca de apostas Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Nísia Trindade (Saúde), entre outros.
O objetivo da reforma será acomodar os partidos que já são da base aliada e que tiveram um bom desempenho nas eleições municipais do ano passado – principalmente o PSD, que saiu vitorioso com 887 prefeituras, seguido pelo MDB (856) e o próprio PP (747).